Universidade

Há menos alunos carenciados colocados no ensino superior

Notícias de Coimbra com Lusa | 4 horas atrás em 24-08-2025

O número de alunos mais pobres colocados no ensino superior diminuiu em relação ao ano passado, assim como foram menos os que utilizaram as vagas criadas exclusivamente para estudantes com parcos recursos económicos.

Os resultados da 1.º fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior foram hoje divulgados e mostram que ficaram agora colocados 1.548 estudantes beneficiários de escalão A de Ação Social Escolar (ASE), dos quais 1.123 através desse contingente prioritário.

No ano passado, os dados do ministério mostravam que tinham ficado colocados mais 107 estudantes com ASE A e mais 55 estudantes através deste contingente, criado em 2023 pelo anterior Governo, que passou a reservar 2% das vagas da 1.ª fase do concurso para os estudantes mais carenciados e que têm normalmente maiores dificuldades no acesso ao superior.

PUBLICIDADE

Nesta contabilidade poderá ter impacto a redução de menos nove mil candidatos à 1.ª fase, o que se traduziu em menos 12,1% de alunos colocados em relação ao ano passado: No entanto, dos quase 50 mil candidatos, cerca de 43 mil conseguiram uma vaga numa instituição de ensino superior pública (90%).

Vários estudos têm alertado para o facto de o insucesso académico continuar a estar muito ligado à fraca situação socioeconómica, havendo mais chumbos e desistências entre os alunos de famílias mais pobres. Por outro lado, os mais privilegiados tendem a estar em maioria nos cursos superiores com notas de acesso mais elevadas.

A baixa presença de alunos mais carenciados a estudar no ensino superior levou o Governo a criar em 2023 um contingente prioritário à semelhança de outros que já existem. Nesse ano, o número de beneficiários de escalão A duplicou no ensino superior, chegando aos 2.800 jovens carenciados.

No entanto, uma equipa de investigadores da Edulog revelou no início deste ano que este mecanismo continua a ser muito pouco utilizado pelos alunos, apesar de concluir que sem esta quota, 41% dos estudantes com escalão A não teriam entrado nos cursos em que foram colocados por não terem nota suficiente.

Estes alunos têm colocação prioritária desde que cumpram as condições de acesso e as notas mínimas exigidas para cada curso. Os estudantes carenciados disputam entre si os lugares disponíveis, de apenas 2% das vagas de cada curso ou um mínimo de duas vagas, não ocupando as vagas do regime geral de ingresso.

O Ministério da Educação reafirma hoje que para assegurar melhores condições de início de ano letivo para estudantes carenciados, as bolsas de estudo dos beneficiários até ao 3.º escalão serão antecipadas para a fase de colocação, “que será decidida e notificada de imediato”.

“Em seguida serão decididas e notificadas as relativas à atribuição das bolsas +Superior, que visam apoiar a frequência do ensino superior e contribuir para a fixação de jovens em regiões do país com menor procura e menor pressão demográfica”, acrescenta a tutela em comunicado.

Nesta 1.ª fase, o número de colocados em instituições localizadas em regiões com menor procura e menor pressão demográfica diminui 21,1%, havendo agora 10.151 estudantes colocados.

Olhando para os outros contingentes prioritários, ficaram colocados agora 152 estudantes com deficiência e outros 304 nas vagas para emigrantes, familiares e lusodescendentes.

As matrículas dos estudantes agora colocados realizam-se entre 25 e 28 de agosto. A maioria (63,1%) conseguiu ficar colocada na sua primeira opção e 90,9% numa das suas três primeiras opções de candidatura, sendo também estes os valores mais elevados dos últimos anos.

No entanto, os alunos que pretendam mudar de curso ou que não tenham ficado colocados podem ainda candidatar-se à 2.ª fase do CNAES, que começa segunda-feira e termina a 03 de setembro.

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE