Saúde

Há excesso de açúcar e gordura nas bolachas para crianças

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 1 dia atrás em 02-06-2025

As bolachas dirigidas ao público infantil podem parecer inofensivas à primeira vista, mas escondem uma realidade bem diferente.

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Um estudo recente da DECO PROteste analisou 26 variedades disponíveis no mercado e concluiu que apenas uma cumpre os critérios para ser considerada nutricionalmente equilibrada. A maioria falha redondamente devido ao excesso de açúcar, de gordura saturada e à presença de aditivos.

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A promessa de um snack divertido e aparentemente inocente, muitas vezes em formas de animais ou com embalagens coloridas, esconde ingredientes problemáticos e um grau elevado de processamento. Interpretar os rótulos não é tarefa fácil para muitos consumidores, e a lista de ingredientes revela quase sempre substâncias que pouco têm de naturais.

Os teores de açúcar em algumas destas bolachas chegam aos 29%, tornando-as pouco recomendáveis para consumo regular, especialmente entre crianças. A presença de gordura saturada é também significativa, com algumas marcas a atingirem os 12 gramas por 100 gramas de produto.

Na maioria dos casos, a combinação de açúcar, gordura, sal e baixa quantidade de fibra compromete a qualidade nutricional global. O Nutri-Score — sistema europeu de avaliação de alimentos — atribuiu notas negativas à maioria das amostras, ficando apenas uma marca com uma classificação positiva por não conter açúcares adicionados.

A análise revelou ainda que cerca de metade das bolachas infantis incluem ingredientes que as classificam como alimentos ultraprocessados. Entre os elementos frequentemente encontrados estão xaropes de glicose, frutose, aromas artificiais, adição de proteínas ou glúten, e vários aditivos.

Apesar de, em muitos casos, os aditivos usados serem considerados seguros, quatro marcas utilizam substâncias que devem ser evitadas ou, pelo menos, limitadas. É o caso de corantes caramelo E150c e E150d, associados em estudos a compostos potencialmente tóxicos ou cancerígenos, como o 4-MEI e o THI. Embora a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) não considere o consumo atual preocupante, a presença destes aditivos levanta questões junto dos consumidores mais atentos.

Seja pelo perfil nutricional, seja pelo tipo de ingredientes, estas bolachas estão longe de ser um lanche saudável para os mais pequenos. A recomendação é clara: ofereça-as apenas de forma ocasional, após verificar atentamente a lista de ingredientes.

Se tiver de escolher, prefira as versões com menor teor de açúcar e gordura saturada, com menos aditivos e sem corantes artificiais. Um aspeto positivo a destacar é o formato de porções individuais, que ajuda a moderar a quantidade consumida: enquanto um pacote de 100 gramas pode ter cerca de 470 kcal, as saquetas de 15 a 50 gramas permitem uma ingestão calórica mais contida.

No fundo, por detrás do visual apelativo e da conveniência, está um produto que deve ser encarado com moderação — e muita atenção ao rótulo.

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