Portugal

Há 40 anos, Portugal parou: A tragédia ferroviária que marcou a Linha da Beira Alta

Notícias de Coimbra | 2 horas atrás em 11-09-2025

Imagem: LUSA

Em 11 de setembro de 1985, a Linha da Beira Alta foi palco do que é considerado o maior desastre ferroviário da história de Portugal.

A tragédia, que vitimou dezenas de pessoas, ocorreu na freguesia de Moimenta-Alcafache, no concelho de Mangualde, quando dois comboios colidiram frontalmente. Apesar da comoção nacional na época, o evento caiu no esquecimento.

O acidente envolveu o comboio internacional Sud-Express, com cerca de 400 passageiros a caminho de Paris-Austerlitz, e um comboio regional que se dirigia a Coimbra. A causa foi um erro humano: o comboio regional não esperou pelo Sud-Express, que estava atrasado, em uma secção de via única. A colisão aconteceu às 18h37 e foi seguida por violentos incêndios, dificultando o resgate.

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Os relatos de bombeiros e sobreviventes descrevem um cenário de horror, com corpos carbonizados e membros espalhados.

O salvamento foi dificultado pela remota localização e pela falta de coordenação entre os meios de socorro. Várias entidades, incluindo a Força Aérea Portuguesa e o Exército, ajudaram no transporte de feridos, avança o National Geographic

A tragédia gerou uma grande comoção nacional. O então Presidente da República, Ramalho Eanes, e o primeiro-ministro, Mário Soares, visitaram o local e decretaram três dias de luto nacional. A RTP, com imagens exclusivas, mostrou a dimensão do desastre aos portugueses, levando centenas de pessoas a doar sangue.

O número exato de vítimas ainda é incerto. As estimativas variam entre 49 e 150 mortos, com 64 passageiros desaparecidos. Uma vala comum foi aberta no local para recolher os restos mortais não identificados.

Apesar da investigação ter apontado o erro humano como causa, o julgamento absolveu os quatro arguidos por falta de provas.

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