Coimbra

Greve nos transportes urbanos de Coimbra deixa pessoas horas à espera nas paragens (com vídeos)

Zilda Monteiro | 1 ano atrás em 18-11-2022

Há pessoas há mais de hora e meia à espera de um autocarro nas paragens dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC). A greve está a condicionar, esta sexta-feira, a vida de quem tem que recorrer aos transportes públicos para se deslocar na cidade.

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A greve da função está a afetar vários setores, não sendo os transportes públicos exceção. Em Coimbra, muitas das paragens encontram-se quase desertas mas há outras com grandes aglomerados, sobretudo de jovens que se depararam com as escolas fechadas e que dependem dos autocarros para regressar a casa.

O Notícias de Coimbra falou com algumas das pessoas que se encontravam à espera. Compreendem os motivos da greve mas não gostam dos transtornos que causa, obrigando-os a permanecer várias horas nas paragens à espera que algum autocarro passe. Algumas, sobretudo quem se deslocava para consultas nos hospitais, optaram por apanhar um táxi para poder chegar a tempo, apesar de não saberem também se haveria ou não consulta devido à greve.

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José Pinto Bastos, 78 anos, reformado, já estava à espera há mais de hora e meia. Problemas de saúde impedem-no de fazer o trajeto entre a Baixa e Santa Clara a pé, ainda mais com sacos de compras. Sabe que terá autocarro, já que o viu passar em sentido inverso, mas terá que esperar pelo menos mais 45 minutos até que chegue à paragem.

Já Clotilde Almeida, 80 anos, reformada, também aguarda há mais de uma hora na paragem e teme que tenha que regressar a casa a pé, apesar de ter passe.

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Um grupo de estudantes do ensino secundário também espera há mais de uma hora e meia pela chegada de um autocarro. Como não têm alternativa para regressar a casa, os jovens vão continuar a aguardar até que surja algum que vá para os seus destinos.

De acordo com João Soares, motorista e dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), a greve dos SMTUC conta com “uma adesão de mais de 90%”, tendo saído para a rua “pouco mais de 10 autocarros”. Explicou que os trabalhadores lutam “pelos seus direitos mas também por melhores condições para quem usa os transportes públicos, para que tenham serviços públicos de qualidade”.

Luísa Silva, coordenadora do STAL, realçou que a greve é uma forma de reivindicarem “melhores salários e condições de trabalho”. Referiu ainda que os trabalhadores estão descontentes com o presidente da Câmara de Coimbra, uma vez que, um ano depois de ter tomado posse, “não cumpriu a promessa de resolver o problema dos baixos vencimentos” destes trabalhadores.

João Soares deu também conta que o “serviço dos SMTUC vem-se deteriorando dia após dia e só com o sacrifício e empenho do pessoal da oficina e dos motoristas é que os autocarros circulam, muitas vezes em condições que não são as ideais”. Realça que o estado da frota “é conhecido, chegando a chover dentro dos autocarros”. Contou ainda que há “cerca de 50 autocarros imobilizados, que não conseguem ser recuperados a tempo, circulando muitas vezes só com as condições mínimas”.

Estas são algumas das razões que apontam para a greve, motivos que deram a conhecer à população na Baixa de Coimbra, onde entregaram folhetos informativos e conversaram com as pessoas que aguardavam pelos autocarros nas paragens.

Veja os vídeos dos diretos NDC:

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