Saúde

Greve nos HUC. Quais são os serviços mais afetados?

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 43 minutos atrás em 11-12-2025

A Greve Geral desta quinta-feira, 11 de dezembro, está a provocar fortes perturbações no funcionamento dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), com especial impacto no bloco operatório e nas consultas externas.

A informação foi confirmada ao Notícias de Coimbra por Rafael Henrique, vice-presidente do Sindicato dos Médicos da Zona Centro, que acompanhou durante a manhã o efeito da paralisação nos vários serviços.

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“Os serviços mínimos estão garantidos, especialmente na área da saúde, dado o serviço essencial que prestam à população”, começou por sublinhar o dirigente sindical.

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Segundo os dados provisórios recolhidos pelo sindicato, o impacto é muito significativo em várias áreas cirúrgicas. “No Hospital Pediátrico, onde já temos informações fechadas, o bloco operatório tem uma adesão de 100%”, revelou Rafael Henrique. “Na ortopedia a adesão ronda os 85%, na medicina legal cerca de 70%, e outras áreas estarão entre 60% e 70%”, acrescentou.

As consultas externas são outro dos serviços mais afetados, embora ainda não exista um levantamento completo por especialidade. “Neste momento não conseguimos agregar todos os dados com a certeza devida, mas ao longo do dia iremos atualizar a informação”, explicou o vice-presidente do sindicato.

O movimento no local indica, no entanto, uma forte paralisação. “Há uma elevada adesão à greve pelo facto de vermos muitos utentes entrarem para tentar confirmar a sua consulta e saírem logo depois, porque a mesma não está confirmada”, descreveu.

O Notícias de Coimbra encontrou vários utentes que não conseguiram realizar as suas consultas, incluindo pessoas vindas de longe — algumas percorrendo mais de 200 quilómetros — que regressaram a casa sem atendimento.

Além das consultas, também a área das análises clínicas está encerrada. “Outros profissionais de saúde, nomeadamente os técnicos, também estão em greve”, lembrou Rafael Henrique.

Nos cuidados de saúde primários, o cenário repete-se. “As informações são dispersas, mas podemos apontar para uma adesão entre 60% e 70%, havendo unidades com 100% de adesão, completamente encerradas”, afirmou. O impacto é transversal, abrangendo igualmente “enfermeiros e secretários clínicos, que também aderiram à greve”.

O ambiente nos HUC é este sábado marcado por uma calma pouco habitual. “Parece um fim de semana”, observou o sindicalista, justificando-o com a forte antecipação pública da paralisação. “A greve foi anunciada com bastante tempo e as pessoas foram sendo avisadas. Muitas, especialmente quem vive a centenas de quilómetros, optou por não se deslocar prevendo os constrangimentos”.

Rafael Henrique reforça que a greve resulta da falta de avanços nas negociações. “A greve não é algo que queremos fazer”, garantiu. “Tem a ver com a intransigência do Governo, tanto na tutela da Saúde como na área do Trabalho, especialmente com a introdução deste pacote de alterações à legislação laboral, que são completamente destruidoras do consenso existente”.

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