A manhã desta sexta-feira, 10 de outubro, começou com fortes perturbações no transporte público da cidade de Coimbra, devido à greve nacional de motoristas em que se incluem os dos SMTUC.
Em Coimbra, a paralisação atinge uma adesão de 95%, segundo dados do STAL.
“Neste momento deveriam ter saído 74 autocarros, saíram 4 até agora, portanto faz 95% de adesão à greve”, afirmou João Soares, dirigente do STAL e motorista dos SMTUC, em declarações ao Notícias de Coimbra.
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A greve, que começou em fevereiro, “ganhou uma escala nacional neste momento, porque infelizmente não somos só nós que temos o problema, há mais trabalhadores no país”, explicou João Soares, lembrando que a paralisação de hoje envolve trabalhadores de transportes municipalizados de todo o país.
Entre as reivindicações dos trabalhadores está a reposição da carreira de agente único, atualmente substituída pela categoria de assistente operacional, bem como a atribuição de um suplemento salarial prometido há quatro anos.
“Queremos ver cumprida uma promessa feita pelo atual presidente da Câmara há quatro anos, precisamente num plenário do SMTUC à porta da Câmara, onde apareceu o candidato José Manuel Silva a prometer que resolvia a situação. Passaram quatro anos, está tudo na mesma”, lamentou o dirigente sindical.
Além da greve, os serviços enfrentam também falta de motoristas. Segundo João Soares, cerca de 52 motoristas estão de licença para participar na campanha eleitoral autárquica, o que levou à reorganização das carreiras. “Os SMTUC reestruturaram a oferta, retirando algumas carreiras e privilegiando as escolas. Tivemos que reduzir a oferta, dadas as condições”, explicou.
A falta de pessoal tem impacto direto na operação e nas condições de trabalho. “Não se conseguem captar novos motoristas porque as condições continuam com baixo salário. O salário de entrada é o salário mínimo”, denunciou. Segundo o dirigente, muitos motoristas têm saído em busca de melhores condições, e os que ficam “não têm conseguido gozar as suas férias”, sendo o serviço mantido “com o sacrifício dos motoristas a fazer trabalho extraordinário”.
Com apenas quatro autocarros em circulação entre as 5:30 e as 8:00, a população é a principal afetada, sobretudo nas zonas periféricas da cidade, onde a falta de transportes tem sido mais sentida.
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