Economia

Grande parte das casas em Coimbra e Figueira da Foz têm rendas entre 400 e 2.300 euros

Notícias de Coimbra | 2 horas atrás em 15-10-2025

Imagem: depositphotos.com

O novo conceito de rendas moderadas criado pelo Governo de Montenegro tem dado muito que falar. Até porque quem colocar casas para arrendar entre 400 e 2.300 euros mensais terá direito a benefícios fiscais, como a redução de IRS de 25% para 10%. Mas, afinal, quantas casas há no mercado nacional com rendas moderadas? Os dados do idealista/data revelam que oito em cada 10 casas para arrendar no verão de 2025 possuem rendas entre 400 e 2.300 euros, abrangendo a maioria da oferta existente em grandes cidades, como Lisboa e Porto.

Uma das novas medidas do “plano de choque” do Executivo da AD para tentar resolver a crise da habitação em Portugal diz respeito à substituição da renda acessível pelo novo conceito de renda moderada, com valores entre os 400 e os 2.300 euros por mês. E quem colocar casas para arrendar dentro destes valores vai ter uma redução da taxa de IRS de 25% para 10%, se os contratos de arrendamento tiverem um prazo mínimo de três anos. Também quem apostar na construção e reabilitação de imóveis para arrendamento a preços moderados terá direito à redução do IVA para 6%, isenção de IMI e de AIMI, por exemplo.

Acontece que este novo conceito de renda moderada tem gerado muita polémica dentro do setor imobiliário, que critica, sobretudo, o limite superior por estar fora da realidade da maioria dos portugueses e poder incentivar até a subida dos preços. Mas o Governo tem defendido que o teto da renda moderada de 2.300 euros serve precisamente para garantir abrangência dos benefícios fiscais a nível nacional, incluindo zonas de maior pressão dos preços das casas, como Lisboa e Porto. Será que é mesmo assim?

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O idealista/news mergulhou nos dados e foi procurar respostas. No terceiro trimestre de 2025, foram contabilizadas mais de 43 mil habitações no mercado de arrendamento português, distribuídas por 79 municípios com amostras representativas (ou seja, 50 ou mais imóveis). E a grande maioria destas casas (81% do total) está no mercado com rendas moderadas entre 400 e 2.300 euros. A maior oferta é observada em Lisboa, Porto, Cascais, Vila Nova de Gaia e Matosinhos.

Aliás, verifica-se que praticamente todos os municípios em análise possuem mais de metade das casas para arrendar dentro do intervalo de preços moderados – e com direito a benefícios fiscais para senhorios. É o caso da capital (73% do stock do concelho), do município da Invicta (91%) e de Gaia (89%). A Figueira da Foz está em destaque, uma vez que todas as 233 casas no mercado de arrendamento têm rendas moderadas.

A única exceção é Cascais. Neste município localizado na Grande Lisboa, a oferta de habitações no mercado de arrendamento premium (53%) é superior ao stock de imóveis com rendas moderadas (47% do total), tal como mostram os mesmos dados do idealista/data. Por outro lado, neste município não foi contabilizada uma única casa com preços abaixo de 400 euros.

As casas com rendas acima de 2.300 euros representam 19% da oferta no arrendamento nacional registada no verão de 2025. Sem surpresa, é nos municípios de Lisboa, Cascais, Porto, Oeiras e Loulé onde há maior número de casas para arrendar acima do limite superior das rendas moderadas, as quais estão, portanto, fora dos benefícios fiscais, indicam os dados. Estas casas com rendas mais elevadas representam 27% do total da oferta na capital, mas apenas 9% do stock da Invicta. 

Já quem procura casas para arrendar por menos de 400 euros mensais – e também fora do conceito de renda moderada e sem direito a IRS a 10% sobre os rendimentos prediais – vai encontrar uma oferta muito escassa, representando menos de 1% do total nacional. A Covilhã é o município que apresenta maior peso dos imóveis com rendas baixas (15% do total municipal), seguida de Paredes, Vila Real e Bragança, onde a oferta de casas até este preço representa 7% do stock em cada concelho. Já em 49 municípios não foram registados imóveis residenciais com rendas abaixo de 400 euros, como é o caso de Lisboa e Porto.

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