Política

Governo investe mais de 500 milhões na recuperação e construção de residências no ensino superior

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 horas atrás em 18-12-2025

 O Governo está a investir mais de 500 milhões de euros na melhoria das condições de 135 residências para alunos do ensino superior, disse hoje o ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre.

“Estamos a investir mais de 500 milhões euros na recuperação ou construção de 135 residências. Vamos ter, no próximo ano letivo, mais 11 mil camas do que aquelas que tínhamos antes do PRR [Programa de Recuperação e Resiliência]”, afirmou o ministro Fernando Alexandre, no final de uma reunião na Câmara de Sines, no distrito de Setúbal.

Ao ser questionado pelos jornalistas sobre a posição das associações de estudantes do ensino superior que, na quarta-feira, alertaram para o subfinanciamento crónico da ação social, Fernando Alexandre garantiu que este investimento “vai transformar as condições para o alojamento dos estudantes”.

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“O desafio que estamos a discutir com as instituições é de facto como vamos gerir estas infraestruturas que devem ser locais de bem-estar para os estudantes, locais de integração e de promoção do sucesso dos estudantes deslocados”, esclareceu.

Em comunicado, na quarta-feira, as associações de estudantes do ensino superior reagiram às declarações do ministro feitas na terça-feira durante a apresentação do novo modelo de ação social para o Ensino Superior.

Na nota, os alunos de todo o país defenderam que a degradação das residências é resultado do “subfinanciamento crónico da ação social” e da “ausência de uma estratégia consistente de investimento, manutenção e valorização” dos edifícios.

Segundo o ministro, este investimento de 516 milhões de euros vai permitir criar “cerca de 19 mil camas”, estando “concluídas cerca de 4.500” camas.

“Todos os meses vamos ter residências novas a abrir. É uma enorme oportunidade, mas também é um desafio para que as residências sejam geridas de forma diferente” e com condições de recursos diferentes daqueles que tiveram nas últimas décadas para que possam ser “espaços de bem-estar e que não se venham a degradar como aconteceu nas últimas décadas com as residências que já existem”, defendeu.

Também questionado se as associações de estudantes podem ter um papel ativo na gestão e preservação das residências, o governante disse que “têm um papel essencial” nas residências.

“A exigência dos estudantes é sempre aquele alerta, a chamada de atenção para as prioridades das instituições e por isso os utilizadores, que são os estudantes, têm um papel essencial nas residências, como em qualquer serviço público”, referiu.

Durante a cerimónia de apresentação do novo modelo de ação social para o ensino superior, na terça-feira, Fernando Alexandre defendeu que as residências públicas devem ter alunos de vários estratos sociais, caso contrário, irão degradar-se mais rapidamente.

As declarações foram classificadas como “preconceituosas e discriminatórias” pelo PS e como “estigmatizantes” pelo Livre, motivando ainda um pedido de audição urgente do ministro na Assembleia da República pelo PCP.

O movimento Missão Escola Pública (MEP) exigiu um pedido de desculpas aos estudantes carenciados, alegando que as declarações do governante foram injustas e estigmatizantes.

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