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Governo de Macau desmente pais de menores portugueses obrigados a quarentena

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 17-03-2020

Dois dos pais de seis menores portugueses que foram encaminhados para quarentena em Macau já assinaram as declarações de consentimento, garantiram hoje as autoridades, que desmentiram a versão inicial de que não tinham pedido autorização parental.

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“Na altura telefonámos e na altura recusaram a assinatura”, afirmou, em conferência de imprensa, a coordenadora do Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde, reforçando: “telefonámos e entregámos uma declaração para assinatura, mas eles recusaram”.

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Os pais de seis menores portugueses disseram hoje à Lusa que as autoridades de Macau detiveram os filhos, residentes do território, e encaminharam-nos para uma quarentena obrigatória sem informar ou obter o consentimento dos progenitores.

Os menores, entre os 13 e os 17 anos, estudam em Portugal e regressaram esta madrugada a Macau, ao anteciparem as férias da Páscoa, uma vez que estão sem aulas em território português, explicou um dos três pais que denunciaram o caso, Diogo Giraldes.

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“Ao chegarem a Macau, foram detidos e estiveram três horas e tal detidos pelas autoridades e não foi prestada qualquer informação aos pais”, avançou à Lusa Bruno Simões, outro dos pais.

Três horas após serem retidos pelas autoridades, às 06:30 (22:30 em Lisboa), os menores saíram escoltados do Aeroporto Internacional de Macau pelas forças de segurança, adiantaram ambos os pais.

“Os pais sabiam bem que as medidas eram de observação médica” de 14 dias num hotel designado, frisou a coordenadora do Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde, Leong Iek Hou.

Entretanto, reforçou, os pais de dois menores já assinaram a declaração, mas um continua a negar-se a assinar.

“Durante este processo [o pai] não disse nada, nem disse se queria acompanhar os filhos para o hotel”, denunciou a responsável.

As pessoas têm direito a interporem recursos, mas não devem recusar o isolamento para não prejudicarem o trabalho das autoridades, apelou o Governo de Macau.

“Vamos discutir com os agentes policiais por causa das pessoas que se recusam” a assinar a declaração de observação, reforçaram as autoridades de Macau, que anunciaram na mesma conferência que todas as pessoas provenientes da Europa terão de fazer quarentena obrigatória num hotel designado, uma decisão que surge após terem sido identificados dois casos importados de países europeus em 24 horas.

Hoje, o chefe do Governo de Macau anunciou que, a partir das 00:00 de quarta-feira (16:00 de terça-feira em Lisboa), só vai permitir a entrada na cidade aos residentes do território, da China continental, Hong Kong e Taiwan e aos trabalhadores não residentes de Macau.

Antes, na segunda-feira, as autoridades decidiram avançar para quarentena a quase todos aqueles que entrassem no território, de forma a conter casos importados, uma medida que entrara em vigor às 00:00 (16:00 de segunda-feira em Lisboa) e imposta a todos as pessoas que viajaram em países nos 14 dias anteriores à entrada no território, com exceção da China continental, Taiwan e Hong Kong.

Depois de 40 dias sem novos casos de Covid-19, Macau registou na segunda-feira e hoje dois novos casos importados, um de Portugal e outro de Espanha, respetivamente.

Antes destas duas confirmações, Macau registava dez casos de infeção com o vírus da Covid-19, tendo todos já recebido alta hospitalar. Agora, são 12 o número de pessoas em Macau infetadas desde que o surto começou.

O novo coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou cerca de 170 mil pessoas, das quais 6.850 morreram.

Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.

O surto espalhou-se por mais de 140 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Depois da China, que regista a maioria dos casos, a Europa tornou-se no centro da pandemia, com quase 60 mil infetados e pelo menos 2.684 mortos.

Face ao avanço da pandemia, vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

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