Região

Governo avança que IP3 requalificado terá 85% do traçado em perfil de autoestrada

Notícias de Coimbra com Lusa | 7 meses atrás em 14-10-2023

Os 75 quilómetros (km) que ligam pelo Itinerário Principal 3 (IP3) os municípios de Coimbra e Viseu terão perfil de autoestrada em 85% do traçado e a obra deverá estar concluída em 2027, garantiu o ministro das Infraestruturas.

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“Estamos a falar do IP3 ficar em 97% da sua extensão em ou via dupla [duas faixas em cada sentido, perfil de autoestrada] ou um mais dois [três faixas alternadas]. E a via dupla em 85% de todo o IP3”, disse à agência Lusa o ministro João Galamba.

Em declarações a propósito das obras previstas para começarem em 2024 num troço de 28 km entre os municípios de Santa Comba Dão e de Viseu, atravessando o município de Tondela, João Galamba explicou que o projeto total se vai desenrolar em três fases de trabalhos, as duas restantes incidindo sobre os troços entre Souselas e Penacova (distrito de Coimbra) e entre Penacova e Santa Comba Dão (Viseu).

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“É uma das principais, se não a principal, obra rodoviária, seguramente a maior obra rodoviária de sempre financiada diretamente pelo Orçamento do Estado, sem recurso a fundos europeus. É uma obra da maior importância para a região e, portanto, o Governo, obviamente, que tem inscrita esta obra como uma prioridade absoluta”, frisou o governante.

Construído na década de 1990 para ligar a Figueira da Foz, no litoral do distrito de Coimbra, à fronteira de Vila Verde da Raia (Chaves, distrito de Vila Real), o percurso do itinerário principal, nos dias de hoje, só não é cumprido por autoestrada entre Viseu e Coimbra, troço aberto ao tráfego entre 1991 e 1999 e que, na prática, é o que resta do IP3.

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Aludindo ao concurso de 130 milhões de euros lançado em julho para a intervenção de 900 dias (sensivelmente dois anos e meio) de duplicação e requalificação do segmento de via localizado integralmente no distrito de Viseu – e cujo prazo de entrega de propostas já foi prorrogado por duas vezes, nos dias 11 e 28 de setembro – João Galamba revelou que a escolha daquela intervenção inaugural no IP3 deveu-se a ser o troço de maior sinistralidade na última década, com “13 mortos e mais de 20 feridos muito graves”.

“Este primeiro troço, para além de ser o troço com maior sinistralidade, é também aquele que ficará todo servido por via dupla em toda a sua extensão, portanto com perfil de autoestrada”, sublinhou o ministro.

Acrescentou que o processo está na fase de recolha de propostas e que a obra deverá começar em 2024: “É, sem dúvida e os números mostram-no, o troço do IP3 onde a sinistralidade é mais elevada. E, portanto, trata-se de uma obra que não só introduz melhorias na mobilidade, mas que salva vidas”, observou João Galamba.

Quanto aos dois troços restantes, os trabalhos encontram-se em “fase final” de licenciamento ambiental, o qual deverá estar concluído até ao final do ano ou no início de 2024, estimando o ministro que estas obras estejam no terreno em finais de 2025.

“O nosso objetivo é ter todo o IP3 modernizado, requalificado, com as obras prontas, até 2027. É um projeto da maior importância, no qual o Governo, obviamente, está fortemente empenhado”, enfatizou o titular da pasta das Infraestruturas.

No entanto, é o próprio João Galamba a ‘abrir a porta’ à possibilidade de as obras poderem ser estendidas até 2029, dois anos depois do prazo inicial, assim os autarcas da região atravessada por aquela via o pretendam, para minimizar os impactos das intervenções na circulação rodoviária de uma das principais vias de ligação ao interior Centro e à fronteira de Vilar Formoso.

“Há a possibilidade – e isso é algo que teremos de falar com os concelhos envolvidos – de fasear um pouco mais as obras, para minimizar as perturbações no trânsito. Isso poderia levar a obra a demorar mais tempo. É algo que temos toda a disponibilidade para falar com os autarcas locais e depois fazer esse faseamento da obra. Mas temos todas as condições para ter a obra pronta em 2027”, garantiu.

Sobre a defesa da transformação do IP3 em autoestrada, feita por presidentes de Câmara como os de Viseu (Fernando Ruas) ou de Coimbra (José Manuel Silva), o ministro das Infraestruturas clarificou que este tema não está nas intenções do Governo.

“O nosso empenho, neste momento, é concretizar o projeto que temos e que é importante que seja feito. Alguns autarcas, nomeadamente o presidente de Câmara de Viseu, aquilo que defendem é um outro projeto, que não este”, frisou.

Notou, a esse propósito, que um eventual abandono do atual projeto “que poderá ser, para alguns autarcas, não perfeito”, e a avaliação de um projeto alternativo de autoestrada, “iria prejudicar a região” e esta “ficaria sem a requalificação do IP3”.

“Só teremos, de facto, uma via única em cada lado em 2% ou 3% de toda a extensão do IP3. Estamos a falar, ainda assim, em melhorias significativas”, alegou João Galamba.

O ministro defendeu também que tem de haver “consciência” do traçado e da geografia “concreta” do IP3: “Há áreas onde, pura e simplesmente, não é possível duplicar o traçado e fazer autoestrada. Nós maximizámos a possibilidade do perfil de autoestrada ou de uma faixa para [veículos] lentos. Portanto, certas zonas com três faixas, em mais de 97% do traçado. Esse é o máximo, vamos o mais longe que o atual IP3 permite”, argumentou o ministro das Infraestruturas.

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