Coimbra

Governo avança com ETAR para acabar com descargas poluentes em Cantanhede e Mira

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 24-06-2019

Uma ETAR com tratamento terciário vai ser construída nas Cochadas, Tocha, investimento de dez milhões de euros destinado a acabar com as descargas poluentes que afetam os concelhos de Cantanhede e Mira, foi hoje anunciado.

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Imagem figurativa

A solução para o problema das descargas poluentes provocadas por sobrecarga do sistema da Águas do Centro Litoral (AdCL), nas Cochadas, Freguesia da Tocha (Cantanhede), foi apresentado aos autarcas dos dois concelhos na sexta-feira à noite, numa “sessão fechada” que contou com a presença do secretário de Estado do Ambiente, confirmou hoje à Lusa o presidente da Câmara de Mira.

Segundo Raul Almeida, a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) será construída no prazo de três anos, numa zona próxima da atual Estação Elevatória das Cochadas, que é o foco dos problemas de contaminação de solos e águas em Mira e Cantanhede.

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“Pedimos que seja realizado um concurso público urgente, tendo em conta a atual situação e o tempo de espera”, disse o autarca, que mostrou “apreensão” pela solução transitória que irá ser aplicada na zona enquanto decorrerem as obras.

Estas chamadas “soluções mitigadoras de curto prazo”, destinadas a reduzir os episódios de contaminação, passam pela limpeza e aumento da capacidade de um tanque de retenção.

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“É importante que a solução agora apresentada seja concretizada com a maior brevidade possível, mas é fundamental que sejam implementadas medidas no imediato para melhorar o sistema no período de construção da ETAR”, defende o autarca de Mira.

A nova ETAR será a resposta da Águas do Centro Litoral (AdCL) para sucessivas descargas de efluentes na Vala Real, sem o devido tratamento, na Estação Elevatória das Cochadas (EECT4), situada na freguesia da Tocha (Cantanhede) que acabam por afetar o concelho vizinho.

Uma das empresas mais afetadas por estas descargas é a Moinhos do Arraial, situada em Casal de São Tomé (Mira). O proprietário da empresa de cultivo de agrião, Rogério Guímaro, tem acusado repetidamente a AdCL de efetuar descargas poluentes “através de um tubo de grandes dimensões” que faz ligação à ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) das Cochadas, situada no limite da Tocha (concelho de Cantanhede), a montante da sua exploração agrícola.

O caso ganhou dimensão nacional e diversos partidos com assento parlamentar fizeram recomendações ao Governo para que resolva a situação.

O anterior secretário de Estado chegou a prometer duas vezes uma “solução rápida”, que passava pela construção de uma nova unidade de tratamento e o encaminhamento dos efluentes para a ETAR de Ílhavo, através de uma rede que atravessaria os concelhos de Mira, Cantanhede e Vagos.

A ideia foi abandonada devido às preocupações manifestadas sobretudo por Mira, que temia novos focos poluentes, tendo sido escolhida uma solução que passa pelo tratamento terciário nas Cochadas. As descargas continuarão a ser feitas na Vala Real, mas os efluentes serão previamente tratados.

“Esta é uma solução que se impõe com brevidade, dado o tempo que ocorre este problema de afluências indevidas e com possíveis graves consequências ambientais, nomeadamente para a lagoa e barrinha de Mira”, terá referido o secretário de Estado João Ataíde, citado pela Câmara de Mira.

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