Região

Governo analisa relatório sobre acidente do Alfa Pendular em Soure e diz que segurança é “preocupação crucial”

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 12-10-2021

O Governo está a analisar o relatório final sobre o descarrilamento do Alfa Pendular em Soure, disse hoje o ministro das Infraestruturas, sublinhando que “a segurança é uma preocupação crucial para a IP”, que deve ser ouvida.

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“Nós ainda estamos a fazer, nós próprios, a análise do relatório. […] Aparentemente, não é verdade que a IP não tenha tomado as medidas que foram determinadas no passado e, por isso, é que é importante ouvir a IP”, afirmou Pedro Nuno Santos, que foi ouvido na comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação.

“A segurança é uma preocupação crucial para a IP, o que não quer dizer que nós não tenhamos ainda muito para fazer”, acrescentou o governante.

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Segundo o relatório final do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), a que a agência Lusa teve acesso em 01 de outubro, o descarrilamento do comboio Alfa Pendular, na vila de Soure, que provocou dois mortos e 44 feridos, deveu-se a erro humano, mas a investigação também responsabiliza a Infraestruturas de Portugal (IP).

O comboio, com 212 passageiros e que seguia no sentido sul-norte, com destino a Braga, descarrilou na tarde de 31 de julho de 2020, após abalroar um veículo de conservação de catenária (VCC), que entrara na via, segundos antes, junto à localidade de Matas, provocando a morte aos dois trabalhadores da IP, que estavam no VCC, e 44 feridos, três dos quais graves.

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“O acidente não se deveu a qualquer anomalia técnica, tendo estabelecido como explicação mais provável para a ultrapassagem indevida do sinal S5 [vermelho] pelo VCC um erro da tripulação na identificação do sinal que dizia respeito à linha em que o comboio se encontrava, tendo entendido que se lhes aplicava o sinal S3 com aspeto verde para a passagem do comboio rápido n.º 133 [Alfa Pendular]”, concluiu o GPIAAF.

O ministro das Infraestruturas sublinhou hoje que, apesar de o acidente não ter acontecido por falta de intervenção da IP, isso “não quer dizer que não haja um conjunto de ações que tenham de ser tomadas”.

No dia em que foram conhecidas as conclusões do relatório, a IP rejeitou responsabilidades no descarrilamento.

“Da leitura do relatório, resulta evidente que não foi apurada qualquer falha no funcionamento da infraestrutura ferroviária. A sinalização existente na Estação de Soure, em termos de localização e visibilidade, cumpre integralmente o normativo técnico e regulamentação vigente e, no momento do trágico acidente, funcionou como previsto”, sublinhou a IP num comunicado de imprensa enviado à Lusa.

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