Governo vai discutir a venda do material lenhoso das áreas afetadas pelos incêndios

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 06-09-2017

 O Governo vai reunir-se extraordinariamente, ainda este mês, com os agentes das fileiras florestais para discutir a venda do material lenhoso das áreas afetadas pelos incêndios, avançou hoje fonte do gabinete do ministro do Planeamento e das Infraestruturas.

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De acordo com a mesma fonte, o executivo tem vindo a desenvolver contactos com as associações e empresas dos sectores energético e florestal, no sentido de incentivar iniciativas que respondam ao objetivo de criar “uma espécie de central de compras” da matéria ardida para garantir que não há especulação.

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Numa resolução do Conselho de Ministros de 06 de julho, a Governo comprometeu-se a ”articular as iniciativas de empresas do setor energético, em coordenação com os municípios dos territórios afetados, para a criação de parques de receção de biomassa florestal residual, com o objetivo de assegurar aos produtores florestais o valor de mercado do material lenhoso das áreas afetadas”.

“O Governo decidiu ainda convocar uma reunião extraordinária da PARF (que integra todos os agentes do setor), a qual terá lugar em setembro, para análise da situação e discussão da necessidade de encontrar mecanismos de transparência e de aprofundar o diálogo ao nível interprofissional”, adiantou à Lusa fonte do gabinete do ministro do Planeamento e das Infraestruturas.

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Segundo a tutela, a PARF reuniu-se em julho, já depois de incêndios rurais de grandes dimensões, “altura em que os agentes do setor tiveram oportunidade de expor a questão em sede própria”.

Criada em 2014 pelos Ministérios da Economia e da Agricultura e do Mar, a PARF tem como missão “acompanhar as relações entre os agentes das fileiras florestais”, pretendendo-se com esta plataforma desenvolver a competitividade da economia portuguesa, através da valorização da produção nacional, e contribuir para o aumento da competitividade das empresas portuguesas e para o emprego.

A 03 de julho, em visita a Figueiró dos Vinhos, no distrito de Leiria, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, anunciou que o Governo pretendia criar “uma espécie de central de compras” da matéria ardida para garantir que não há especulação.

“Estamos a tentar diligenciar com as grandes empresas que adquirem este tipo de matéria-prima”, disse Pedro Marques, referindo que os contactos feitos vão no sentido de se ter “uma espécie de central de compras da matéria ardida”.

A iniciativa justifica-se pela necessidade de que os valores de transação de matéria ardida sejam adequados, valores dignos e não especulativos de aproveitamento da situação dos produtores locais”, explicou o governante, que falava durante a apresentação do relatório sobre os incêndios que afetaram a região Centro.

A apresentação decorreu na Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos com a presença dos sete municípios que foram afetados pelos grandes incêndios de junho: Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera, Penela, Sertã, Pampilhosa da Serra e Góis.

Dois grandes fogos deflagram em 17 de junho nos concelhos de Pedrógão Grande e de Góis, tendo o primeiro deles provocado 64 mortos e mais de 200 feridos. As chamas foram extintas uma semana depois.

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