Desporto

Golpe de teatro para evitar golpe de estádio?

Notícias de Coimbra | 9 anos atrás em 24-10-2015

 José Eduardo Simões antecipa-se ao grupo de sócios que secretamente andou a trabalhar para convocar uma Assembleia Geral para a destituição  da Direcção da AAC/OAF e da Gerência da AAC/OAF, SDUQ e avança publicamente com o desejo de convocar eleições o final da época.

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Caso seja destituído nessa AG ou saia pelo seu pé no final da época, JES não deverá por questões legais e estatutárias, por questões legais, voltar a à presidência da Direcção da Associação Académica de Coimbra ou a exercer a Gerência da SDQU, chegando assim ao fim o seu reinado de mais de uma década. No entanto, nestes confrontos entre académicos, como se dizia em Guimarães, o que era verdade ontem, pode ser mentira hoje e vice-versa.

Veja o comunicado de José Eduardo Simões:

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Exmo. Senhor
Presidente da Mesa da Assembleia Geral da AAC-OAF
Dr. Alfredo Castanheira Neves

No passado dia 19.06.2014, na sequência da Assembleia Geral Eleitoral realizada em 30.05.2014, esta Direcção, conjuntamente com os demais órgãos sociais da AAC-OAF, legítima e democraticamente eleitos, tomou posse para exercer o respectivo mandato para o triénio 2014/2017.

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Volvido pouco mais de 1 ano, é irrecusável constatar a existência de uma estratégia urdida e conduzida por quem, tendo saído derrotado na pleja eleitoral, não soube ou não quis, com humildade democrática, mas sobretudo com respeito pelos princípios que estatutariamente nos regem, conceder à Direcção o tempo e o modo para dirigir os destinos da Académica.

Vários e diversificados foram, entretanto, os factos ocorridos que deram e dão corpo a esse propósito de desgastar a Direcção da AAC-OAF e a Gerência da SDUQ. Por paradigmático, tenhamos presente a aprovação de uma moção de censura ao Presidente da Direcção, na Assembleia Geral de 19.02.2015, apresentada e votada antes que a este fosse concedida oportunidade de se defender, num exercício de despudorado desrespeito por um órgão social legitimamente eleito há pouco tempo, num ambiente pejado de intervenções de conteúdo difamatório e injurioso, fazendo tábua rasa da disposição estatutária que qualifica como condutas reprováveis as que ofendam «o crédito, prestígio e bom nome da AAC-OAF, ou injúria ou difamação dos seus corpos sociais ou algum dos seus membros».

Tudo isto numa altura em que a Briosa, em termos desportivos, se encontrava numa fase delicada e em que se impunha um ambiente de unidade institucional, sem prejuízo da sadia diversidade de opiniões que sempre foi apanágio da Académica.

Apesar de todos esses constrangimentos, a Direcção não se afastou do exercício responsável das suas funções, em cooperação inegável com os demais órgãos sociais, no propósito que, sendo o seu, corresponde, estamos certos, à vontade da generalidade dos associados de afirmar e manter a nossa Académica como uma instituição impar do panorama desportivo e cultural nacional.

Infelizmente o clima de intencional destabilização interna não só não cessou, como continuou a acentuar-se, com motivações claras e confessas de criar uma crise que permita concretizar os anseios daqueles que, não se tendo conformado com os resultados do último acto eleitoral, pretendem, a qualquer preço, reverter a vontade expressa pelos associados em 30 de Maio de 2014.

Hoje mesmo fomos informados por V. Exª da entrega, à Mesa da AG da AAC-OAF, de um requerimento de associados para convocação de Assembleia Geral Extraordinária com vista à destituição da Direcção da AAC-OAF.

Refira-se, a este propósito, que tal requerimento não foi remetido por V. Exª à Direcção da AAC-OAF, mas já está definida a intenção de levar avante esse propósito e foi mesmo avançada data para a sua realização.

Perante o quadro exposto, a Direcção, sem nunca abdicar das responsabilidades que estatutariamente lhe estão cometidas e com a legitimidade que a vontade dos sócios lhe conferiu, não deixará de prosseguir com o seu trabalho exclusivamente dirigido à concussão dos superiores interesses da Académica, os quais estão, para a Direcção, sempre em primeiro lugar e bem acima dos interesses e motivações pessoais daqueles para quem os fins justificam os meios e para quem não importa o que possa suceder à Académica.

Porém, entende a Direcção que se impõe dar a palavra aos sócios convocando-os para que, nos termos estatutários, afirmem a sua vontade quanto ao que pretendem dever ser o futuro próximo da Académica.

Assim, entende a Direcção da AAC-OAF e o seu Presidente, bem como a Gerência da SDUQ, comunicar a V. Exa. que é sua intenção solicitar à Mesa da Assembleia Geral da AAC/OAF a antecipação do acto eleitoral estatutariamente previsto para 2017, acto esse que, deste modo, se deverá realizar no final da presente temporada desportiva 2015/2016.

Caberá então a V.Exa. desencadear os procedimentos estatutariamente previstos para que todos os associados sejam chamados a expressar a sua vontade.

Até lá, a Direcção da AAC/OAF e a Gerência da SDUQ vão continuar a trabalhar para assegurar os objectivos mínimos a que nos propusemos, ou seja, a manutenção da equipa de futebol profissional da Académica no escalão principal e chegar o mais longe possível na Taça de Portugal.

Até lá, da nossa parte, tudo continuaremos a fazer para que a nossa Académica continue a ser o espaço de encontro de todos os que nela vêem a sua casa e o objecto da sua paixão.

Com cordiais Saudações Académicas,

Coimbra, 24 de Outubro de 2015

joão vasco ribeiro

Recordamos que, como NDC avançou em exclusivo,  o Presidente da Assembleia Geral (AG), Castanheira Neves (CN) comunicou a José Eduardo Simões (JES), Presidente da Direcção e Gerente da SDUQ, que deseja que essa reunião magna dos associados da Briosa decorra a 19 de novembro, pelas 19.30, mas essa data pode não ser aceite por JES, que pode alegar ter compromissos para esse dia.

CN, mal recebeu  as assinaturas de 229 sócios, tratou  logo e comunicar à Direcção da Briosa que estes acalentam a esperança de destituir toda a direcção (e não só o Presidente, como alguns chegaram a preconizar), poupando assim o Conselho Fiscal e, como é óbvio, porque eleita pela oposição,a Assembleia Geral.

Apesar de ter convocado a AG para o final da tarde de uma quinta-feira, Castanheira Neves está a prever que desta vez não se verifique a crónica falta de quórum que acontece quase sempre nestes encontros de sócios. Por isso, já comunicou a José Eduardo Simões que teme que o auditório do Estádio Cidade  de Coimbra seja pequeno para acolher todos. (NDC sabe que os proponentes da AGE contam com a presença de 4 a 5 centenas de sócios).

Para que possa verificar formalmente se os associados que ambicionam “correr” com JES reúnem os requisitos necessários, CN solicitou a lista dos que podem votar (têm de ter as quotas em dia, mais de 18 anos e 2 anos de antiguidade).

Tendo em vista uma melhor agilização do processo, Castanheira Neves quer que o seu filho Nuno Castanheira Neves e José Esteves Campos (membros da AG) façam a ponte com a Direcção de José Eduardo Simões.

A lista de associados disponíveis para destituir JES  e o restante elenco directivo, que já foi vista por NDC, engloba os nomes de  alguns famosos de Coimbra que ao longo dos últimos 10 anos apareceram nas fotografias ao lado do actual líder da Académica, mas não integra alguns que eram dados como adversários do engenheiro.

Como Notícias de Coimbra revelou em primeira mão, uma boa parte dos sócios da Académica que anda desde o início do século para apear José Eduardo Simões percebeu que não seria boa estratégia voltar a candidatar o perdedor Nuno Oliveira, que, embora envolvido neste movimento (desce para candidato a vice-presidente ), deixa de ser o principal rosto da oposição,

João Vasco Ribeiro é o senhor que se segue e se desdobrou em contactos para assegurar o número de sócios angariados fosse suficientes para conseguir a marcação da AGE  que visa destituir  toda a  Direcção da AAC  e a Gerência da AAC/OAF, SDUQ.

Caso JVR consiga vencer esta primeira batalha, o sucessor de JES pode ser eleito em Janeiro de 2015, não sendo de excluir que Salvador Arnaut, Luís Godinho ou António Figueiredo, actuais vice-presidentes, se posicionem para liderar uma lista de continuidade  que impeça a eleição de JVR como presidente da Direcção da AAC/OAF.

Recordamos que em Fevereiro de 2015, como NDC anunciou em exclusivo, em pleno Conselho Académico,  João Vasco Ribeiro pediu a demissão do Presidente da Direcção.

Na última Assembleia Geral  teve oportunidade de questionar José Eduardo Simões  em relação à moção de censura que tinha sido aprovada noutro encontro de sócios, mas o líder da Briosa não revelou se tinha “tirado ilações”.

João Vasco Ribeiro foi o número dois da lista para o Conselho Académico da candidatura liderada por Nuno Oliveira  e já desempenhou funções diretivas  em outros órgãos sociais da Académica. Na altura, “a sua integração na candidatura do advogado  que integra o escritório de CN foi apresentada como “mais um capital de experiência e de credibilidade “.

Consultor em várias instituições, como os CTT, Agência de Inovação, Citeve, IPN, Siemens, Novabase e Medidata, João Vasco Ribeiro foi ainda presidente da CCDRC, administrador da Fundação Bissaya Barreto, vogal executivo da comissão diretiva do POR Centro, administrador do Grupo MRG e é Presidente  do Curia Tecnoparque.

A ISA é detida maioritariamente pela Capital Criativo, onde João Vasco Ribeiro é director. É uma sociedade de capital de risco presidida pelo seu filho Nuno Gaioso Ribeiro,  vice-presidente da SAD do Benfica.

Socialista e  muito próximo de Manuel Machado, líder da autarquia de Coimbra, João Vasco Ribeiro chegou a ser apontado para a  presidência do iParque, um território empresarial onde também tem interesses.

Ainda antes desta AGE, está marcada a AG para 29 de outubro, acto que é encarado pelos seguidores de JVR como uma espécie de teste à sua força associativa, preparando-se para chumbar o relatório da gestão e  das contas do exercício e, eventualmente,  não dar autorização para a Académica hipotecar bens a favor da Autoridade Tributária e da Segurança Social para garantir o pagamento de dividas do clube.

Em desenvolvimento. Se desejar enviar alguma informação que ajude a completar esta notícia, envie para fernandomoura@noticiasdecoimbra.pt

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