Saúde

Funcionários da Lusa entram em regime de teletrabalho a partir de segunda-feira

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 12-03-2020

A maioria dos trabalhadores da agência Lusa vai começar a trabalhar em regime de teletrabalho a partir de segunda-feira, 16 de março, medida que visa combater a propagação da pandemia da doença Covid-19, foi hoje anunciado.

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De acordo com um comunicado enviado hoje aos funcionários da Lusa, foi decidido que a partir de segunda-feira “a esmagadora maioria dos trabalhadores passe ao regime de teletrabalho, utilizando os meios tecnológicos à disposição e seguindo as orientações que serão transmitidas pelas respetivas chefias”.

O presidente da Agência de Notícias de Portugal, Nicolau Santos, disse que “no total estarão, em princípio, na redação e nos outros serviços de suporte, cerca de 30 trabalhadores”.

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Questionado sobre qual será a duração da medida anunciada hoje, Nicolau Santos explicou que isso será avaliado “consoante o surto [do novo coronavírus] vai evoluindo”, adiantando que a Lusa está preparada para “qualquer coisa que se possa estender por três meses”.

Contudo, o presidente da agência Lusa espera que “seja bastante menos tempo”.

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Questionado ainda sobre se esta decisão poderá afetar a produção noticiosa, Nicolau Santos sublinhou que, apesar de a agência, “pela primeira vez, funcionar de forma massiva em teletrabalho”, o “profissionalismo dos jornalistas da Lusa não só vai ultrapassar esta situação, como vai continuar a manter a cobertura sem problemas”.

A medida anunciada também tem em conta o facto de a Lusa ter condições para fazer teletrabalho “sem afetar aquilo que produz” e porque, “neste momento, o número de acontecimentos diários e de eventos para cobrir está a cair drasticamente”.

“Digamos que estamos a passar de cerca de 400 acontecimentos por dia que tínhamos para cobrir para cerca de 80 a 60 e, portanto, isso leva a que o fluxo de trabalho seja menor e menos intenso do que até aqui, mas não tenho dúvidas de que manteremos a cobertura de todos os grandes acontecimentos nacionais e internacionais”, prosseguiu o presidente da agência Lusa.

A decisão foi justificada porque “há dentro da Lusa, como em muitas empresas, situações de risco ou situações sociais a que importa acorrer”, uma vez que há “um conjunto de pessoas” com possibilidade de apanharem o vírus e de correrem “um sério” risco de vida, ou pais que precisam de tomar conta dos filhos devido ao encerramento de várias escolas.

Os funcionários que vão continuar a trabalhar nas instalações da Lusa também vão estar divididos por grupos, para impedir um eventual contágio da Covid-19.

“Seria altamente irresponsável da nossa parte que não tivéssemos constituído grupos de trabalho que não se intercetam entre eles para que, se eventualmente houver contaminação de um grupo, termos um outro grupo onde isso não está a acontecer. Era fundamental que tivéssemos isso, sob pena de irmos trabalhar, haver alguém contaminado e depois irmos todos para casa de quarentena”, explicitou, sublinhando que com esta organização há “sempre, pelo menos, um grupo operacional e imune ao risco de contaminação”.

Em comunicado, a Direção de Informação da Lusa referiu que os jornalistas que estejam a trabalhar a partir de casa vão sair “diretamente para os serviços” que lhes estejam atribuídos, acrescentando que o piquete de fim de semana “será feito inteiramente em regime de teletrabalho”, a partir de sábado (14 de março).

O trabalho presencial “será organizado por turnos de 15 dias”, ou seja, o grupo de jornalistas e editores que esteja a trabalhar nas instalações da agência será substituído ao fim de duas semanas, assegurando que não há cruzamento com o grupo seguinte.

“Numa ocasião como esta, a nossa serenidade e o nosso papel como veículo de uma informação fiável, credível e segura é mais importante do que nunca”, finaliza a Direção de Informação da Lusa.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou hoje o número de pessoas infetadas em Portugal para 78, o maior aumento registado num dia (19), dos quais 69 estão internados.

A região Norte continua a ser a que regista o maior número de casos confirmados (44), seguida da Grande Lisboa (23) e das regiões Centro e do Algarve, ambas com cinco casos confirmados da doença.

O boletim divulgado hoje pela DGS assinala também que há 133 casos a aguardar resultado laboratorial e 4.923 contactos em vigilância, mais 1.857 do que na quarta-feira.

No total, desde o início da epidemia, a DGS registou 637 casos suspeitos.

O Conselho Nacional de Saúde Pública recomendou na quarta-feira que só devem ser encerradas escolas públicas ou privadas por determinação das autoridades de saúde.

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