Coimbra
Fronteiras e financiamento: os dois F’s que (mais) preocupam Santa Clara e Santo António dos Olivais

A questão das fronteiras e a necessidade de maior financiamento marcaram sábado os discursos dos dois autarcas que lideram as juntas de Santa Clara e de Santo António dos Olivais. As duas freguesias assinalaram 170 anos da sua criação numa sessão realizada na Sala D. Afonso Henriques do Convento São Francisco.
José Simão, presidente da atual freguesia de Santa Clara e Castelo Viegas, aproveitou a presença do Secretário de Estado da Administração Local e do Ordenamento do Território, Hernâni Dias, para se queixar da questão relativa às fronteiras.
De acordo com o autarca, a questão coloca-se sempre que realizam os Censos, altura em que a principal freguesia da união – Santa Clara – “perde mais um pedaço de território”.
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O presidente da junta lembrou que este ano há quem tente apresentar candidatura aos tradicionais cabazes de Natal, mas que são surpreendidos com o facto de já não estarem recenseados naquela que pensavam ser a sua freguesia.
Imagens da cerimónia dos 170 anos
O facto desta ser a freguesia que tem “Portugal e o Mundo dentro” foi realçada por José Simão, tendo -se mostrado esperançado em que no próximo ato eleitoral – setembro ou outubro de 2025 – seja possível “resolver a lacuna” de nunca ter tido “uma mulher como presidente da junta”.
“Esperança no futuro não nos falta, assim as promessas sejam cumpridas”, referiu o autarca.
Veja o Direto NDC com José Simão
Do lado de Santo António dos Olivais, o presidente da junta Francisco Rodeiro centrou a sua intervenção à escassez de recursos financeiros que as câmaras, e principalmente as juntas, têm vindo a sentir nos últimos anos.
Muito por culpa das novas áreas de atuação que lhe são transferidas pelo Governo mas sem que este o faça com os recursos financeiros necessários para a sua concretização.
“Municípios e freguesias estão umbilicalmente ligados e se àqueles escasseiam recursos, também as freguesias sofrem por tabela, e muito, porque do conjunto das receitas das freguesias, o bolo maior vem precisamente do orçamento dos municípios”, afirmou.
Veja o Direto NDC com Francisco Rodeiro
Na sessão comemorativa, usaram ainda da palavra o presidente da câmara José Manuel Silva, o secretário de Estado Hernâni Dias e o constitucionalista Vital Moreira.
O governante deixou a promessa de uma alteração da Lei das Finanças Locais até às autárquicas de 2025, enquanto o antigo deputado pediu para que nessa mudança seja possível às freguesias disporem de “receitas próprias”, evitando desta forma constrangimentos financeiros.
Na cerimónia, houve tempo para três momentos musicais: violoncelista Tiago Anjinho; o “Hino de Santa Clara” interpretado pelo trio composto por Carla Bernardino (soprano), Cláudio Matias Vaz (pianista) e João Cristóvão (violinista); e o Coro dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra.
Veja o Direto NDC com a atuação do Coro dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra
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