À medida que as temperaturas descem, cresce também o risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Estudos indicam que as baixas temperaturas podem elevar em até 30% a incidência deste problema de saúde, alerta o neurocirurgião Jorge Moritz, do Grupo Baía Sul.
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Segundo o especialista, o aumento dos casos de AVC durante o inverno deve-se a dois fatores principais: a vasoconstrição — que provoca o estreitamento dos vasos sanguíneos e, consequentemente, o aumento da pressão arterial — e o espessamento do sangue, que facilita a formação de coágulos.
Além dos efeitos fisiológicos do frio, existem alterações comportamentais que contribuem para o risco, como o sedentarismo, a menor motivação para fazer exercício físico e o consumo maior de alimentos ricos em calorias e gorduras.
“No inverno, é fundamental manter o corpo aquecido, optar por refeições saudáveis e quentes, evitar o consumo excessivo de álcool e, sobretudo, continuar a praticar exercício físico, mesmo com frio”, aconselha Jorge Moritz. O alerta é dirigido especialmente a quem apresenta fatores de risco, como hipertensão, diabetes, obesidade, colesterol elevado ou arritmias cardíacas, pode ler-se no ND Mais.
O neurocirurgião salienta ainda que a população está mais consciente dos sintomas do AVC, o que é crucial para uma intervenção rápida. “Se surgir fraqueza num dos lados do corpo, boca torta, dificuldade em falar ou uma dor de cabeça súbita e intensa, o doente deve procurar imediatamente um serviço de urgência. A rapidez no atendimento é decisiva para evitar sequelas graves”, reforça.
Os dados reforçam o impacto do envelhecimento como fator de risco: em Santa Catarina, 88% dos AVC ocorreram em pessoas com 50 anos ou mais. Em 2023, a região registou 9.344 internamentos e 1.007 mortes devido ao AVC. Em 2024, os números mantiveram-se elevados, com 9.334 internamentos e 1.044 óbitos, traduzindo uma ligeira subida da taxa de mortalidade, de 10,78% para 11,18%, sinalizando que os casos podem estar a tornar-se mais graves.
Do total de internamentos, 8.253 foram de pessoas com mais de 50 anos, enquanto os mais jovens, entre 20 e 49 anos, representaram 1.059 casos. Entre crianças e adolescentes até 19 anos, os casos são raros, com apenas 22 registos.
No que diz respeito às mortes, das 2.051 contabilizadas, 990 foram em maiores de 50 anos, e 52 em adultos entre os 20 e os 49 anos.
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