Em novembro de 2025, o Ford Focus, um dos modelos mais icónicos da indústria automóvel europeia, será oficialmente descontinuado. A produção termina na fábrica de Saarlouis, Alemanha, marcando o fim de quase três décadas de história de um dos compactos mais adorados pelos condutores europeus.
O fim do Focus é mais do que uma simples decisão industrial — é o encerramento de um capítulo que moldou a forma como conduzimos e vivemos o automóvel, dá conta o e-Konomista.
Lançado em 1998 como sucessor do Ford Escort, o Focus trouxe uma abordagem ousada ao segmento C europeu. Com um design futurista, engenharia refinada e uma condução envolvente, rapidamente conquistou público e crítica. Em 1999, foi eleito Carro Europeu do Ano.
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Desde a primeira geração, o Focus destacava-se pela direção comunicativa e pela suspensão traseira multibraço — oferecendo uma condução sólida e entusiasmante, muitas vezes superior à de rivais mais caros.
Foram quatro gerações ao longo de 27 anos, cada uma mantendo o espírito original, mas adaptando-se ao seu tempo. A última, lançada em 2018, trouxe uma nova plataforma (C2), tecnologia moderna e um regresso ao prazer de condução que fez do Focus um fenómeno.
E para os apaixonados por desportivos acessíveis, modelos como o Focus ST de 5 cilindros ou o RS de tração integral com 350 cv tornaram-se objetos de culto.
A decisão da Ford de encerrar a produção não é isolada. Após a saída de cena do Fiesta e do Mondeo, o Focus junta-se à lista de modelos sacrificados na nova estratégia da marca: menos berlinas e compactos, mais SUV e veículos elétricos.
A fábrica de Saarlouis encerrará operações produtivas até ao final de 2025, e poderá ser vendida a terceiros até 2032.
Segundo a Ford, o futuro passará por modelos “mais icónicos” e totalmente elétricos. Entre 2026 e 2027, novos modelos compactos surgirão com base na plataforma MEB da Volkswagen, mas sem herança técnica ou emocional do Focus.
A Ford aposta agora em veículos como o Mustang Mach-E e outros elétricos de nova geração. Mas resta saber se algum deles conseguirá replicar o impacto, versatilidade e longevidade do Focus.
Para muitos, o Focus foi o primeiro carro. Foi companheiro de viagens, aventuras e quotidianos. Foi um carro que provava que o prazer de conduzir não exigia mais de 150 cv — apenas bom design, boa engenharia e uma alma feita para a estrada.
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