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Fomos aprender como é que esta pastelaria de Coimbra faz a Trança de Natal… (é de comer e chorar por mais)
A equipa do Notícias de Coimbra esteve na Pastelaria Visconde para acompanhar passo a passo a produção daquela que já é conhecida como a melhor das melhores tranças de Natal — distinção conquistada em outubro, num concurso realizado em Santarém.
“A nossa foi a melhor das melhores lá no concurso em Santarém”, recorda José, o pasteleiro responsável pela receita, que soma 43 anos de profissão. Entre risos, confessa que tudo começou “numa brincadeira”, mas acabou por descobrir uma paixão que dura há mais de quatro décadas.
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José explica que a base desta especialidade é a tradicional massa de borrego, composta por farinha, açúcar, margarina, mel, vinho do Porto e casca de laranja. “A própria massa leva mel”, destaca o pasteleiro, revelando que a amassadura dura cerca de 20 minutos, seguida de um repouso de duas horas.
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Depois de esticada, a massa recebe os ingredientes que fazem desta trança algo único. O principal é um doce de abóbora produzido na própria pastelaria. “O segredo não se conta a ninguém”, diz José, sorridente, enquanto espalha cuidadosamente o recheio.
A receita prossegue com a adição de frutos secos de alta qualidade: noz clarinha, caju e uma mistura de frutas e sultanas previamente marinadas. “Estes já estão para aí há um mês”, explica José, descrevendo uma preparação feita “em várias bebidas, numa mistura de licores”.
O resultado é uma trança generosa, aromática e visualmente apelativa. Cada rolo rende três tranças com cerca de 1,2 kg, que têm sido um verdadeiro sucesso de vendas. “Este ano está a ser espetacular”, admite o pasteleiro. A procura pelos produtos da Visconde é tão intensa que, num só pedido, chegaram a sair “200 bolos-reis para um único cliente”.
Depois de moldada “como uma trança de cabelo”, a massa repousa mais meia hora antes de ser pincelada com ovo e levada ao forno: “Vai a 195 graus no teto e 176 nas claras durante meia hora”, especifica José.
Ao sair do forno, ainda quente, a trança recebe uma calda de vinho do Porto e laranja. “Enquanto ele está quente, nós assopamos com a calda”, explica o pasteleiro. Questionado sobre novos segredos, responde apenas com diplomacia: “Um bocadinho… é feitinha com humor. E não se bebe, só se cheira.”
A proprietária, Idalinda, destaca o espírito de inovação da pastelaria: “Cada ano que passa tentamos inovar cada vez mais. Somos três pessoas aqui dentro com uma só cabeça e isso é muito bom.”
Com a boa disposição que marcou toda a reportagem, José deixa o conselho final àqueles que querem realmente conhecer o segredo desta trança: “O melhor é virem cá.”
A Pastelaria Visconde prepara-se agora para uma quadra natalícia de grande movimento, com a trança campeã a assumir o papel de ex-libris de 2024.
Se quer levar para casa esta delícia recheada, aromática e “de comer e chorar por mais”, basta passar pela Rua Visconde da Luz, junto à Praça 8 de Maio, em Coimbra.
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