Coimbra

Fomos alugar um quarto em Coimbra. Veja o que descobrimos!

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 04-10-2021

O Notícias de Coimbra assumiu o papel de um estudante recém-chegado à cidade e à procura de um quarto para morar. Depois de sete quartos visitados, junto às principais instituições de ensino superior, fazemos um raio-x à oferta de alojamento privado em Coimbra. Quartos entre os 135 e os 250 euros, a maioria com despesas incluídas e condições aceitáveis. Há espaços para todos os gostos, com ou sem senhorios incluídos e até com balneários. 

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Na pele de um universitário, começámos a busca. Anúncios de rua, encontrados nos dias das matrícula em vários postes, pesquisas no OLX e Facebook foram as fontes de informação. Com alguns telefonemas, as marcações estavam feitas logo para o dia seguinte.

Escolhemos quartos nas proximidades do polo I da Universidade de Coimbra (UC), mas também na zona da Solum e no Bairro Norton de Matos perto da Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC) e do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra, em Celas, pela proximidade ao Instituto Superior Miguel Torga (ISMT) e à Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), assim como em Santa Clara e São Martinho do Bispo, onde o Instituto Politécnico de Coimbra (IPC) tem instalações e também funciona o polo B da ESENF.

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Todos os “futuros senhorios” se disponibilizam desde logo para uma visita guiada aos alojamentos. Com uma idade média pouco acima dos 50 anos, os proprietários contactados mostraram-se prestáveis, simpáticos, responderam a todas as questões, percebendo-se que esta é uma tarefa à qual já estão habituados e que fazem com boa-vontade.

Começámos a rota de visitas na Rua Miguel Torga, conhecida como “Cidral”. Por 250 euros com despesas incluídas (água, luz, gás, televisão e internet) ou 210 só o espaço, conseguiríamos ficar num T4 , já ocupado com “três meninas” e com duas casas de banho partilhadas. A cozinha também é comum “mas cada um tem as suas coisas”, televisão é que “só na sala”. Como bónus este alojamento tem lugar de estacionamento e a possibilidade de receber visitas, “mais ao fim de semana que à semana é para estudar”. Aqui não são permitidas visitas para refeições e não há margem para a realização de festas. O senhorio passa recibo e não exige caução ou pagamento adiantado o que para quem está a começar uma nova vida pode ser uma ajuda.

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Ali perto, na Avenida Dom Afonso Henriques, continuámos a procura. Os escolhidos foram dois apartamentos, ambos com varanda e bem localizados: um T3, já com duas estudantes, a 220 euros mais despesas, e um T6 duplex, onde já moram quatro estudantes, ao mesmo preço mas já com todos os gastos incluídos. A senhoria, uma senhora na casa dos 70 anos, é a mesma e as regras também “tudo proibido: não há festas nem visitas”. Passa recibo e exige uma caução de dois meses, avisa logo que, correndo tudo bem, o último mês não se paga.

No T3, situado no terceiro andar, há duas casas de banho para partilhar e uma cozinha, com eletrodomésticos novos, para todas também. Aqui as despesas são pagas à parta e, segundo a proprietária, rondam os 20 euros por mês. Dois andares acima, conhecemos o T6, também com duas casas de banho partilhadas e uma kitchenette para todas as moradoras. Sendo um duplex acaba por ter mais espaço, mas também tem mais ocupantes.

Partimos para outra zona da cidade, no Bairro Norton de Matos visitámos um T4 remodelado. Ao contrário das outras, este apartamento está ocupado só com rapazes, mas no quarto que ainda está vago aceita receber uma rapariga. O preço está nos 230 euros com todas as despesas incluídos, mas não há direito a recibo. No entanto, a caução de dois meses é para pagar e não há direito a visitas. Um dos quartos é uma suite mas está por conta do filho do senhorio, os outros três partilham uma casa de banho.

Seguimos rumo à Universidade onde encontrámos o alojamento mais barato, 135 euros já com despesas. O quarto que visitámos no Bairro Sousa Pinto, mesmo ao lado das Escadas Monumentais, fica num sótão com uma pequena janela no telhado. Por baixo vivem os senhorios, um casal de idosos, e é com eles que os hóspedes têm de partilhar a utilização da cozinha. “Nada de namorados e rapazes. Aqui só entram meninas”, avisa o proprietário, que explica que a casa de banho é para todas as estudantes. Outra regra é o pagamento, “sempre entre o dia 1 e 8 de cada mês”, com direito a recibo e sem ter de pagar caução quando entra.

Na margem esquerda do Mondego, a oferta também é variada, mas quanto mais perto do centro da cidade mais caro é o quarto. Na Avenida João das Regras, junto ao Portugal dos Pequenitos, visitámos um T5 com balneários. Ocupado com três raparigas e um rapaz, este foi o único local visitado onde as visitas são bem vindas. Por 200 euros, já com despesas tem direito a um quarto partilhado com outro estudante, acesso a uma casa de banho partilhada e a balneários com três duches individuais e três sanitas. A cozinha também é partilhada e tem eletrodomésticos recentes. O senhorio passa recibo, mas exige dois meses de caução, sendo que os hóspedes não pagam o mês em que saírem.

Conhecemos a última casa em São Martinho do Bispo, na rua Infante D. Henrique. O apartamento, um T3 num segundo andar com varanda, onde já moram “duas meninas”, por 140 euros com despesas, foi um dos mais baratos que encontrámos. Aqui as visitas são permitidas, mas “nada de rapazes”. A casa de banho e a cozinha são partilhadas. O senhorio passa recibo e não exige caução mas deixa desde logo um alerta: só paga despesas até 60 euros, “se passar este valor cada uma responsabiliza-se”. Televisão também só há na sala, à semelhança de todos os outros quartos por onde passámos, mas se o hóspede quiser pode trazer a sua.

A procura de quartos caiu este ano em Coimbra quase 50%, segundo dados avançados pela Imovirtual. Ainda assim, a cidade continua a estar na lista das localizações mais procuradas. A plataforma online dá conta que o preço médio do quarto ronda em Coimbra os 236 euros, abaixo de Lisboa onde o mesmo espaço está a custar 357 euros, Faro (316 €), Setúbal (303€), Porto (294€) Braga (264€) e até Aveiro (239€). Ainda nas zonas com maior procura, Leiria e Castelo Branco apresentam valores mais baixos que a cidade dos estudantes com valores de 214 e 170 euros respetivamente.

Só a Universidade de Coimbra recebeu para este ano letivo mais de 3300 estudantes, muitos dos quais deslocados. Além do alojamento privado, os alunos podem escolher morar numa das 28 Repúblicas, onde viver um ano são 100 anos de vida, segunda máxima antiga. Nestas tradicionais casas de estudantes, todos os residentes são responsáveis pelas tomadas de decisão e pela gestão. Leia o artigo sobre a República dos Fantasmas em: https://www.noticiasdecoimbra.pt/ambiente-familiar-marca-vida-estudantil-na-republica-dos-fantasmas-com-video/

Há ainda oferta de alojamento nas várias residências universitárias existentes na cidade.

 

 

 

 

 

 

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