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“Foi só revolta”: Viúva e filha recordam pai que morreu num naufrágio na Figueira da Foz

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 3 dias atrás em 06-10-2025

A Figueira da Foz homenageou esta segunda-feira, 6 de outubro, os cinco pescadores que perderam a vida no naufrágio do Olívia Ribau, ocorrido há exatamente 10 anos.

Entre os momentos mais emotivos esteve a presença de Cristina Almeida, viúva do mestre Rui Gonçalves natural de Tavarede, e da filha Iris, que na altura tinha apenas três anos. Durante a cerimónia, Iris, hoje com 13 anos, participou no descerramento da placa em memória do pai. Sobre a experiência, a menina descreveu: “Paz. Senti que a Figueira da Foz fez jus ao nome do meu pai.”

Cristina Almeida recordou a dor e a revolta que ainda sente, sobretudo pelo facto do naufrágio ter ocorrido tão perto da costa: “É muito difícil. Antes do acidente, ele tinha feito um transplante de coração e esteve um ano isolado. Quando estava para viver com a filha, aconteceu esta tragédia horrível… Ao pé de casa, não conseguirem salvar… Foi só falta de salvamento.”

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Sobre o dia do naufrágio, a viúva relatou momentos de angústia e incredulidade: “Estava em casa com a Iris quando recebi a notícia. Primeiro pensei que fosse mentira. Depois vi que era verdade e não dava para acreditar. Passamos anos em negação.”

Cristina recordou também a ligação especial que a filha tinha com o pai: “Quando olho para a Iris, vejo um bocadinho do Rui. Ela é a mãe aqui em cima, mas o resto é ele.”

O naufrágio do Olívia Ribau, ocorrido a 6 de outubro, marcou profundamente a comunidade piscatória da Figueira da Foz, deixando memórias de perda e sofrimento ainda muito presentes. A cerimónia de hoje, além de homenagear os pescadores falecidos, simboliza a força das famílias e a memória daqueles que deram a vida pelo mar que tanto amavam.

“Gostava que esta homenagem tivesse sido feita antes, mas agora fica como símbolo da tragédia e da memória dos nossos pescadores,” concluiu Cristina Almeida.

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