Coimbra

“Foi a pior coisa que fizeram”. Utentes criticam novo transporte intermunicipal na região de Coimbra

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 horas atrás em 08-08-2025

Paragens sem horários, falta de informação e terminais em Coimbra desajustados às necessidades são algumas das críticas dos utentes aos novos transportes intermunicipais na região de Coimbra, que começaram a 01 de agosto.

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

publicidade
publicidade

O novo sistema de transportes intermunicipais, intitulado SIT (Sistema Intermunicipal de Transportes), tem gerado algum desagrado junto dos utentes ouvidos pela agência Lusa.

PUBLICIDADE

Apesar de reconhecerem que há mais autocarros e que as viaturas operadas pela israelita Busway têm melhores condições que o sistema anterior (assegurado pela Transdev), os utentes notam que falta informação nas paragens e várias linhas terminam agora em São José, junto ao Estádio Cidade de Coimbra, e não na zona da Baixa, como acontecia no passado.

“Não vai ao centro e isso faz falta”, disse à Lusa Alice, mesmo antes de apanhar o autocarro para Vila Nova de Poiares, naquele terminal, onde outra utente contava que teve de recorrer a um TVDE (transporte individual de passageiros a partir de plataforma eletrónica) para chegar à Baixa.

Essa é a grande crítica ouvida pela Lusa junto a essa paragem, que é o fim e início da viagem de várias linhas.

Os passageiros que se dirigem para a zona da Baixa são agora obrigados a viagens mais longas e a mais transbordos, recorrendo aos Serviços Municipalizados dos Transportes de Coimbra (SMTUC) para chegar ao destino final.

Maria Luísa, de 78 anos, a morar em Miranda do Corvo, é ainda mais contundente nas críticas: “Foi a pior coisa que fizeram”.

“Faz algum sentido acabar aqui? Quem quer ir para a Baixa tem de apanhar dois autocarros”, nota.

Ao seu lado, outra mulher, de Semide, também no concelho de Miranda do Corvo, nota que “os autocarros são melhores e têm mais condições – têm ar condicionado – e há mais horários”, mas diz que “não faz sentido a viagem acabar” junto ao estádio.

A mesma utente notou que uma viagem que durava “uma hora e pouco”, entre a Baixa e a sua casa, passa a quase duas horas e meia, face aos transbordos.

Questionada pela agência Lusa, a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIMRC), que assegurou a concessão do sistema, afirmou que “ainda estão a ser alinhados alguns aspetos”, nomeadamente os fins das linhas.

De acordo com a CIMRC, está já a ser realizado trabalho técnico que permita a alteração da última paragem nas linhas da Estrada da Beira, passando de São José para a Portagem, na zona da Baixa.

Além do problema daquele terminal, o serviço que arrancou há uma semana não disponibiliza nas paragens qualquer horário das linhas que servem.

Em São José, onde as pessoas aguardam pelos autocarros debaixo do viaduto do Calhabé, o único sinal de que por ali poderá ser a paragem do novo sistema intermunicipal é um painel informativo desligado do SIT que anuncia uma nova mobilidade que está a chegar.

Num abrigo da Metro Mondego para serviços rodoviários alternativos do ramal da Lousã, o SIT não disponibiliza qualquer informação sobre horários, estando apenas duas folhas A4 impressas com indicações da localização das paragens em Coimbra para cada linha.

As mesmas folhas aparecem nas paragens dos SMTUC junto à gare rodoviária de Coimbra, aí sem sinalética que indique o terminal do SIT.

Já os horários só se encontram no ‘site’ do SIT Região de Coimbra, em formato PDF para cada concelho.

A Lusa tentou obter esclarecimentos junto da Busway, através do único número disponibilizado no ‘site’ do SIT, mas não foi atendida, depois de 15 minutos de chamada em espera.

Sobre a ausência de sinalética e horários, a CIMRC garantiu que todas as paragens terão horários e sinalética, assegurando que a questão está a ser tratada pelo operador.

Fonte oficial da CIMRC disse ainda que será lançada uma campanha de comunicação à escala das freguesias e que os horários serão integrados na aplicação Google Maps, a quem a Região de Coimbra já enviou todos os dados necessários, acreditando que essa integração aconteça “muito em breve”.

Os municípios também vão fazer investimentos para haver um maior número de abrigos em paragens que não os têm, indicou.

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE