O fogo no concelho do Fundão, no distrito de Castelo Branco, está hoje sem frentes ativas e decorrem trabalhos para evitar reacendimentos, disse à agência Lusa o presidente da Câmara, Paulo Fernandes.
“Neste momento, temos o incêndio apagado, ou seja, não temos neste momento nenhuma frente ativa”, afirmou Paulo Fernandes, explicando que decorrem trabalhos de vigilância, “por causa de reacendimentos que podem acontecer durante este dia”, e da “tentativa de consolidação de um perímetro absolutamente gigantesco”.
Esta situação exige “ainda muitos recursos”, para evitar reacendimentos que possam “estragar todo este esforço brutal” feito nas últimas 48 horas, adiantou o autarca, que falava a Lusa pelas 09:45.
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“Agora com o apoio, que esperamos continuar [a ter] dos meios aéreos para aquilo que possam ser alguns reacendimentos e com a vigilância que conseguirmos fazer com as nossas capacidades, vamos esperar que o dia continue de feição e começar a olhar para um conjunto de estragos gigantes e tentar passar a página agora para aquilo que é a tentativa de começarmos a pensar como recuperar desta tragédia”, adiantou.
Paulo Fernandes descreveu a última noite como “muito dura nos sítios críticos, à volta da serra da Gardunha, a tentar tapar qualquer forma” de o fogo “ter linha de continuidade”, realçando o trabalho “bem executado” com os recursos da autarquia, da Guarda Nacional Republicana e algumas estruturas de bombeiros externos.
“Nesta última noite não tivemos nenhuma situação de casas ou de aldeias em perigo”, dado que na quinta-feira, a meio da tarde, esse perigo foi afastado, destacou.
O incêndio que atingiu o concelho do Fundão começou no dia 13 no Piódão, em Arganil, distrito de Coimbra.
Ao longo de mais de uma semana, este incêndio de grandes dimensões afetou outros concelhos do distrito de Coimbra, assim como municípios do distrito da Guarda e outros de Castelo Branco.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
Os fogos provocaram três mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual dispõe de dois aviões Fire Boss e de um helicóptero Super Puma, estando previsto chegarem hoje mais dois aviões Canadair.
Segundo dados oficiais provisórios, até 22 de agosto arderam cerca de 234 mil hectares no país, mais de 53 mil dos quais só no incêndio que teve início em Arganil.
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