Economia

Finanças e Segurança Social votam favoravelmente plano da Trust in News

Notícias de Coimbra | 2 horas atrás em 17-05-2025

A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) e o Instituto da Segurança Social (ISS) votaram favoravelmente o plano de insolvência da Trust in News (TiN), dona da revista Visão, de acordo com fontes contactadas pela Lusa.

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Em 06 de maio, a decisão sobre o plano de insolvência ficou a aguardar os votos por escrito requeridos por vários credores, entre os quais as Finanças e a Segurança Social, com peso preponderante, cujo prazo de 10 dias terminou na sexta-feira.

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Fontes contactadas pela Lusa adiantaram que as Finanças e a Segurança Social votaram favoravelmente.

O valor total de créditos para efeitos de votação é de 35,2 milhões de euros, sendo que quase metade corresponde à AT e ao ISS.

Agora cabe ao tribunal dar a conhecer o resultado total da votação e decidir a homologação.

De acordo com a delegada sindical da Visão, os trabalhadores receberam 30% do salário de abril e 35% estão a ser pagos até ao início da próxima semana. Quanto ao resto do montante, não há previsão de pagamento.

O plano da TiN, que detém publicações como a Visão e a Exame, prevê a injeção de até 1,5 milhões de euros pelo acionista único, Luís Delgado.

Segundo o documento, a que a Lusa teve acesso, a TiN propõe aos credores um “compromisso de aporte de até 1,5 milhões de euros, faseadamente, e em função das necessidades da empresa para reforçar a tesouraria”, por parte do acionista único.

O plano mantém ainda a intenção de suspender, licenciar ou vender publicações deficitárias como TV Mais, Telenovelas, Caras Decoração, Prima, Visão Saúde, Visão Surf e This is Portugal, sendo que, “com exceção da Telenovelas, todas as outras publicações já estão suspensas”.

Prevê ainda um ajuste na periodicidade, se necessário, de algumas revistas, mantendo apenas as mais rentáveis, além da redução de 70% do espaço físico (50% já foi reduzido) e o encerramento da delegação no Porto.

Será ainda reduzido “o quadro de funcionários, proporcional à suspensão publicações, com reestruturação interna”.

A empresa conta atualmente com 104 trabalhadores, indicou, e estima que “os custos com pessoal não poderão ultrapassar os 250 mil euros/mês, objetivo alcançável, com o apoio e intervenção do administrador da insolvência”, referiu.

Quanto ao pagamento das dívidas proposto, será faseado, no caso da AT e ISS em 150 prestações, além de um “plano de pagamento de 12 a 15 anos para credores comuns e garantidos” e da “possibilidade de permuta de publicidade para pagamento de parte das dívidas”.

Para aumentar receitas, o plano prevê o “aumento de assinaturas digitais e melhoria da plataforma de ‘e-commerce’, parcerias estratégicas com outros grupos editoriais”, a “exploração de novos formatos de conteúdo, como ‘podcasts’ e vídeos”, e o “licenciamento de marcas para gerar receita adicional”.

Quanto ao impacto desta reestruturação, a empresa aponta uma “melhoria gradual da rentabilidade, com um retorno a resultados positivos esperado a médio prazo”, evitando a liquidação da empresa e “preservando postos de trabalho e ativos”. Ficará, segundo o plano, ajustado “o modelo de negócio para um formato mais sustentável, alinhado às tendências digitais”, garantindo ainda o “pagamento aos credores, comparativamente a um cenário de liquidação, onde muitos não receberiam seus créditos”.

O plano prevê também a “criação imediata de uma ‘task force’ com dois diretores editoriais, diretora comercial, diretora financeira e diretor de recursos humanos, com a tarefa de reanalisar todos os custos e contratos passíveis de serem renegociados ou cessados, sem qualquer penalização para a empresa, e apresentar medidas e sugestões para aumentar as receitas, tendo em conta os recursos existentes” e os melhores exemplos nacionais e internacionais. As sugestões deste órgão “serão implementadas após aprovação da gerência e do administrador da insolvência”.

A proposta para a continuidade da TiN, mediante a apresentação de um plano de insolvência num prazo de 30 dias, foi aprovada em assembleia de credores, em 29 de janeiro, mantendo-se os títulos em atividade.

Fundada em 2017, a Trust in News é detentora de 16 órgãos de comunicação social, em papel e plataformas digitais.

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