Mundo

Figuras ibero-americanas alertam para riscos de autoritarismo

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 23-04-2020

Cerca de 150 figuras ibero-americanas, incluindo ex-governantes, escritores, empresários e economistas, defenderam hoje que a atual pandemia e as consequentes estratégias de combate contra o novo coronavírus não devem converter-se num “pretexto” para o autoritarismo.

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O alerta é feito através de um manifesto divulgado hoje pela Fundação Internacional para a Liberdade (FIL), organização presidida pelo escritor e Nobel da Literatura Mario Vargas Llosa, que é o primeiro subscritor do documento.

Na lista de subscritores constam também os nomes do ex-primeiro-ministro espanhol José María Aznar e dos ex-Presidentes Mauricio Macri (Argentina), Álvaro Uribe (Colômbia) e Ernesto Zedillo (México).

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O atual Presidente do Uruguai, Luis Alberto Lacalle, é outra das figuras que assina o manifesto.

O texto manifesta uma “preocupação” face às medidas aplicadas por alguns países que têm “restringido indefinidamente as liberdades e os direitos fundamentais” através do confinamento das populações para conter a propagação da doença.

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Tais medidas tornam impossível “trabalhar e produzir”, o que “sugere uma mudança de modelo, afastando-se da democracia liberal e da economia de mercado”, reforça o manifesto.

Perante a atual situação de exceção, afirmaram os signatários, alguns governos “identificaram uma oportunidade para apropriar-se de um poder excessivo” e para suspender “o Estado de Direito e mesmo a democracia representativa e o sistema judicial”.

As personalidades citam explicitamente “as ditaduras da Venezuela, Cuba e Nicarágua”, onde “a pandemia serve de pretexto para aumentar a perseguição política e a opressão”.

Também apontam o caso do México, onde “a pressão sobre a iniciativa privada tem vindo a aumentar e o Grupo de Puebla [um fórum político conotado com a ideologia de esquerda] está a ser utilizado para atacar governos ideologicamente diferentes”.

Sobre os casos concretos de Espanha e da Argentina, o manifesto sublinha que os líderes com “uma marcada tendência ideológica pretendem utilizar as difíceis circunstâncias para monopolizar prerrogativas políticas e económicas que, em outro contexto, os cidadãos rejeitariam resolutamente”.

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