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Figueirense encontra tesouro de 1000 anos no lixo

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 2 meses atrás em 09-12-2024

Mário Rui Ferreira, de 53 anos, nem sonhava o que tinha na sua posse quando encontrou este achado. Seria uma manhã normal, rotineira, até que a “sorte” lhe passou à frente.

Estamos entre 2015 e 2016, cerca das 6:00. Mário Rui saiu de casa dos pais, na Figueira da Foz, como fazia diariamente para lhes dar a medicação. Na altura, era operário numa fábrica em Leiria. Hoje, é proprietário de um café na Praça 8 de Maio.

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Foi quando passava no gaveto da Rua das Rosas com a Rua 10 de Agosto que viu. Estavam vários objetos empilhados no chão, junto a um contentor do lixo.

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Chegou mais perto e reparou em maços de jornais atados com cordéis. Guardou-os num armazém até que, em 2019, decidiu ver o que tinham os jornais. Haveriam papéis soltos dobrados com uma textura peculiar, contou ao Público.

Eram pergaminhos com mais de 1000 anos e documentos dos séculos XI e XX de teor religioso, sentenças, testamentos, processos, entre outros. Para Mário Rui, eram simplesmente documentos antigos, nada mais.

Decidiu colocar um deles à venda na internet: 400 euros. E eis que, no dia a seguir, foi contactado por Rosa Azevedo, chefe de divisão da Torre do Tombo (TT).

Não era a primeira vez que o operário fazia dinheiro com algo que encontrara no lixo até porque, uns anos antes, encontrou uma faca que lhe rendeu dinheiro junto de um colecionador.

Sabe-se agora que o documento colocado à venda era uma “carta de Afonso V, em pergaminho, […] datada de 26 de Dezembro de 1480, cerca de um ano antes da morte do monarca. […] ordenava que o Mosteiro de São Jorge da mesma cidade tomasse posse das terras coutadas. Este cenóbio era já um dos mais antigos do país, fundado no século XI, e pertencia à ordem dos Cónegos Regulares de Santo Agostinho, mantendo-se desde o reinado de D. Afonso Henriques sob tutela do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra”, pode ler-se no Público.

Quando a chefe de divisão da TT viu o anúncio quis marcar um encontro com Mário Rui para perceber a autenticidade do documento.

Rosa Azevedo disse ao jornal não ter dúvidas de que o achado pertencia a um colecionador privado, “provavelmente da Figueira”, que “sabia o que tinha”, mas não acautelou o seu destino.

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