Coimbra

Figueira da Foz volta a encher-se de turistas e novidades (com vídeos)

Notícias de Coimbra | 2 anos atrás em 03-08-2022

Dizem que, no verão, a Figueira da Foz é Coimbra em fato de banho, mas em pleno arranque do mês de agosto podemos afirmar que é muito mais do que isso. A reportagem do Notícias de Coimbra nesta que é a maior praia urbana da Europa encontrámos turistas espanhóis, franceses, alemães e portugueses de vários pontos do país. 

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A manhã esteve envergonhada, mas Helena Costa não alterou a sua rotina de verão. Há quase 40 anos que aluga, na Praia do Relógio, os tradicionais chapéus de riscas azuis e cadeiras de lona. “Sou a única de praia da Figueira que alugo estas barraquinhas assim como antigamente em madeira”, garante. “Há 39 anos que venho para a praia e tenho gente que aluga sempre a mesma barraquinha. Já vi crescer filhos e netos das senhoras”, conta ao NDC.

Aos 63 anos, Helena nunca fez praia por lazer. No verão ganha a vida com o aluguer das barraquinhas e o que faz no restaurante Vela Azul, de que é proprietária, também na praia. No inverno é a horta que ajuda a sustentar a família. Um chapéu com saia e duas cadeiras de lona custa 13 euros por dia, 145  à quinzena e 210 ao mês. “É preciso ter muita força e habilidade para por as coisas todas alinhadas e tudo bem arranjadinho”, explica, adiantando que começa sempre o dia de trabalho por volta das 07:00 e às vezes fica até às 22:00.

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Já não se aluga como noutros tempos, revela Helena Costa que tem perto de 500 chapéus na Praia do Relógio. Ainda assim, há clientes certos. “Vêm muitos espanhóis e muita gente de Coimbra e arredores, já fazem amizade uns com os outros de um ano para o outro”, descreve, falando de uma praia que é “uma maravilha para estar e para descansar”.

Fazer férias na Figueira da Foz faz parte da tradição de muitas famílias. O extenso areal branco continua a atrair muita gente e este ano o vento parece que se tem mantido mais afastado e a bandeira verde tem sido içada mais vezes do que o habitual. Tiago Loureiro tem 29 anos e frequenta a Praia do Relógio desde os seis. “Sempre gostámos muito desta praia, tem muito espaço, tem ondas grandes é bom”, afirma na companhia dos avós. Vieram da Mealhada para passar o mês de agosto e ficaram agradados com as melhorias que foram introduzidas.  “É sempre preciso atualizar um pouco as infraestruturas”, nota o jovem que se sente atraído também pela “vida noturna” figueirense que aproveita com os amigos de verão. 

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A autarquia disponibilizou, gratuitamente, um carrinho elétrico que faz transfer até à zona concessionada, o que ajuda a encurtar o percurso de quase um quilómetro até à linha de água. Foi também instalada uma piscina gigante insuflável que tem feito as delícias dos mais novos, com acesso gratuito durante uma hora, além do espaço Figueira Summer Party, uma espécie de lounge, de entrada livre, que acolhe, de forma rotativa, cinco bares (Bar do Mico, Gloss, Mada Coffee Bar, NB, TUA Praia) para animação.

O transfer é conduzido por Carlos Carvalho que faz o percurso centenas de vezes por dia. “A adesão foi superior ao esperado. Transportamos uma média de 450 pessoas diariamente e ao fim de semana 650-700 pessoas”, garante ao NDC. Os turistas, afirma, são 85% de nacionalidade espanhola, 8 a 10% nacionais e os restantes de França e outros países. “Encontro pessoas que frequentam esta praia há mais de 20 anos e estão super radiantes e contentes com o transfer”, refere. O veículo elétrico, com lotação de três pessoas, percorre 600 metros dos 900 de caminho até à água. 

Outra das novidades deste ano na Praia do Relógio é o espaço de massagens. “É fantástico as pessoas poderem relaxar ao som do mar”, garante Fernanda Piedade, do espaço Namastê, um projeto da filha e que tem estabelecimento aberto em Buarcos. No areal as massagens podem ser terapêuticas ou de relaxamento e os preços variam entre os 15 e os 40 euros. 

“A cidade fervilha de eventos e coisas diferentes e o tempo também tem ajudado, com menos vento. As pessoas estavam realmente ansiosas por viver um verão sem restrições”, comenta Ana Machado, figueirense a trabalhar no mercado imobiliário há 30 anos. “A Figueira está cada vez a captar mais estrangeiros, e curiosamente antes da pandemia estávamos a ser procurados por pessoas de mais idade, principalmente franceses, agora temos muitos jovens, alguns que vieram ao Sunset [RFM Somnii], em julho, e agora voltam para usufruir da praia, conhecer melhor a cidade e alguns até trazem a família”, sustenta, defendendo que “o mercado nacional também deve ser acarinhado”.

“Há também muitos espanhóis, com crianças”, sublinha, evidenciando as qualidades das praias figueirenses e a nova piscina no areal que, defende, “é um conceito a manter e  aprimorar”. No que respeita ao alojamento, a hotelaria está perto dos 100% de taxa de ocupação. Há muitos turistas que recorrem a alojamentos locais, mas também ainda quem queira comprar uma casa na Figueira da Foz. “Um T1 chega aos 150 mil euros, não precisa de ser novo, basta ser bem cuidado, já dificilmente se encontra alguma coisa abaixo de 125 mil euros”, revela Ana Machado, que se tem apercebido de uma tendência nos arrendamentos: “já há muitas pessoas a arrendar um mês, mês e meio e depois partilham com a família e amigos”, diz. 

“A Figueira está boa e recomenda-se. Está em pleno: em pleno verão e pleno funcionamento com a hotelaria, restauração, praias, piscinas”, afirma ao NDC Manuel António Domingos, vereador da Câmara Municipal, notando que “a hotelaria está próximo dos 100% de ocupação e a restauração está no seu máximo”. O autarca destaca fatores de atratividade, como a já referida piscina no areal, que são para manter nos próximos verões. “As crianças já não nos perdoariam se não tivéssemos aquela zona para brincar e usufruir da água”, frisa.

Segundo o vereador, o “mês de julho foi um excelente mês” e na mudança para agosto notou-se um “boom”, com os turistas a chegarem mais cedo do que o habitual. Também os emigrantes “estão a regressar” e a expetativa é que as próximas semanas o concelho fique repleto de gente e de animação, não só na zona urbana mas um pouco por todas as freguesias.

A reportagem do NDC começou com uma manhã cinzenta e terminou com uma tarde de sol quente. De uma ponta à outra do dia, cruzámo-nos com dezenas de turistas que garantiram não trocar esta praia por outra. Seja para descansar, fazer surf, pescar ou estar em família, todos os anos, nos meses quentes, faça chuva ou sol, haja ou não vento, com água fria ou mais morna,  a rota segue sempre na direção da Figueira da Foz. 

Veja o direto NDC com Helena Costa:

 

Veja o direto NDC com Fernanda Piedade:

Veja o direto NDC com Tiago Loureiro:

Veja o direto NDC com Ana Costa:

Veja o direto NDC na piscina insuflável:

Veja o direto NDC com Carlos Carvalho, que conduz o transfer:

Veja o direto NDC com Ana Machado:

Veja o direto NDC com o vereador Manuel Domingos:

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