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Figueira da Foz pode ser engolida em minutos em caso de tsunami?

Imagem: depositphotos.com
Portugal está mais vulnerável a tsunamis do que muitos imaginam — e, em algumas regiões do país, a reação tem de ser quase imediata.
Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), há locais onde o intervalo entre um sismo submarino e a chegada da primeira onda pode ser inferior a 30 minutos.
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O cenário não é ficção nem uma memória distante do terramoto de 1755. O nosso país está situado numa zona de instabilidade geológica — entre as placas Euro-asiática e Africana — o que o torna altamente suscetível a fenómenos sísmicos e tsunamis. Falhas como a do Banco de Gorringe ou Açores-Gibraltar podem gerar abalos de elevada magnitude, com impacto devastador.
As cidades de Portimão, Lagos, Faro e Albufeira estão entre as mais expostas. Com terrenos baixos e muita urbanização à beira-mar, um tsunami pode atingir estas zonas entre 20 a 30 minutos após o sismo. Neste cenário, a resposta tem de ser imediata.
Mais a norte, localidades como Peniche, Nazaré e Figueira da Foz apresentam riscos elevados devido à configuração da costa, que pode amplificar a força das ondas. Já a Área Metropolitana de Lisboa também não está a salvo: Almada, Seixal, Oeiras, Cascais e Setúbal podem ser atingidas em menos de 45 minutos, com o estuário do Tejo a atuar como funil para a onda, aumentando a sua força destrutiva, pode ler-se no N Cultura.
Nos Açores, São Miguel e Santa Maria enfrentam elevado risco devido à atividade sísmica constante. Na Madeira, o Funchal, Câmara de Lobos e Ponta do Sol podem ser afetados por deslizamentos submarinos, gerando tsunamis localizados.
Desde 2017, Portugal integra o sistema internacional de alerta de tsunamis da UNESCO, com sensores submarinos e boias de alta precisão. No entanto, o tempo de resposta é curto — e em muitas zonas da costa, menos de 40 minutos separam o abalo da chegada da água.
Se estiver perto do mar e sentir um sismo forte, não espere por ordens oficiais: afaste-se imediatamente da linha de água. Suba para zonas elevadas ou pisos superiores de edifícios resistentes. Nunca regresse sem ordem das autoridades. Mantenha a calma e siga as rotas de evacuação.
Especialistas do IPMA alertam que eventos como o de 1755 podem repetir-se a cada 200 a 400 anos — e já estamos dentro dessa janela temporal. A aposta em educação, simulacros e planos de emergência municipais é essencial.
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