Coimbra

Figueira da Foz filma achados arqueológicos para “memória futura”

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 28-05-2019

Vestígios arqueológicos do século XIX, descobertos durante uma empreitada de obras na Figueira da Foz, vão ser filmados esta quarta-feira, para memória futura, revelou hoje a câmara municipal deste concelho.

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“No âmbito de empreitada em curso, vai ser alvo de filmagem, amanhã, 29 de maio, pelas 10:00, para memória futura, a Galeria Subterrânea encontrada na rua São João do Vale, uma conduta de transporte de águas limpas para abastecimento”, refere a autarquia em nota divulgada hoje.

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A conduta já havia sido encontrada, em 1988, na Rua da Clemência e objeto de trabalhos arqueológicos levados a cabo por Isabel Pereira, à data Conservadora do Museu Municipal Santos Rocha.

Em 1994, durante o acompanhamento arqueológico das obras de instalação da rede pública de gás natural, acedeu-se ao seu interior por uma caixa de visitação existente na rua de São João do Vale. A partir deste ponto percorreram-se 45m para norte (atingindo o limite) e 100 m para sudoeste. Na rua das Mercês, apareceu a face exterior da abóbada.

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As obras agora em curso, no cruzamento da rua da Restauração com a rua dos Combatentes, puseram a descoberto uma galeria que desce a rua dos Combatentes e que já havia sido referenciada nos trabalhos de 1988.

“A galeria tem aproximadamente dois metros de altura e um metro de largura. As paredes e a cobertura em abóbada são em pedra. A conduta de águas limpas corre ao longo da parede do lado esquerdo no sentido descendente e é suportada por pilares que a elevam. Esta conduta é em pedra com cobertura em tijoleira e tem, pelo menos, dois respiradouros”, relata a autarquia figueirense.

Segundo a mesma fonte, “crê-se que a nascente esteja na Mata de Santo António onde existe uma fonte e também é plausível que o abastecimento fosse feito a partir do poço-cisterna que existe na rua do Hospital, antiga rua da Cerca, no cruzamento com a rua de São João do Vale”.

Atualmente, a galeria do Vale entronca num aqueduto que desce a rua dos Combatentes, mandado construir pelo município em 1801 para sanear a Rua e a Praça Nova, que cortou a galeria do Vale, anulando a sua função primordial de abastecimento de água, integrando-a no sistema de saneamento do qual ainda hoje faz parte.

“Continua assim por conhecer a parte terminal da galeria do Vale, que, de acordo com Pereira (2005), devia conduzir a uma fonte, possivelmente para abastecimento dos navios”, refere a autarquia.

A obra, está a ser acompanhada pelo arqueólogo contratado pela autarquia, Ricardo Nóbrega.

Os achados, embora não colocam em causa a continuidade da obra, “pois apenas criam alguns desafios ao seu calendário, representam um ganho de conhecimento da história local e até nacional, dado que só se conhece a existência de estruturas desta natureza em Lisboa e no Porto”, refere a câmara.

“O registo, através de todos os meios disponíveis, cartográficos, topográficos, fotográficos e vídeo, é de extrema relevância para o estudo e preservação destes achados”, conclui a autarquia.

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