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Festival Sons, Saberes e Sabores da Lusofonia: Coimbra “abre” ouvidos, olhos e paladar durante 3 dias

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 2 dias atrás em 03-06-2025

A sexta edição do Festival Sons, Saberes e Sabores da Lusofonia está prestes a invadir Coimbra com música, gastronomia, literatura e moda dos países lusófonos e este ano traz novidades de peso.

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Pela primeira vez, o evento terá lugar no Terreiro da Erva, um espaço que promete oferecer as condições ideais para acolher a riqueza cultural que o festival celebra.

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A apresentação do evento decorreu esta manhã, 3 de junho, na Praça do Comércio, e contou com a presença de vários elementos da organização.

A mudança para o Terreiro da Erva foi motivada por razões logísticas e ambientais. Por um lado, pretende-se aliviar a pressão sobre os espaços verdes do Parque Manuel Braga, onde o evento decorria anteriormente. Por outro, o novo local oferece melhores infraestruturas, como eletricidade, água, casas de banho e reforça a aposta na revitalização da Baixa de Coimbra, explica João Francisco Campos. “Temos uma expectativa muito alta. É um espaço com boas condições logísticas e achámos que era o momento certo para levar o festival até lá. As pessoas vão, certamente, querer matar saudades e viver esta experiência única”, indica.

Rui Amado, curador do evento e representante da Casa de Angola em Coimbra, destacou o carácter “multicultural, inclusivo e integrativo” da iniciativa, que “envolve as comunidades lusófonas da cidade” e contribui para a construção de pontes culturais com a população de acolhimento.

O festival é promovido pela União de Freguesias de Coimbra, em coorganização com a Câmara Municipal, e em parceria com várias associações representativas das comunidades lusófonas. O presidente da União das Freguesias de Coimbra, João Francisco Campos, afirmou querer que a cidade se afirme como “uma capital da lusofonia”, apostando na reconciliação com o passado e na construção de um “presente e futuro comum”.

Wagner Meris, escritor e participante assíduo do festival, sublinhou a importância do evento enquanto “espaço de acolhimento da diversidade e das vozes”, sobretudo num momento em que o debate sobre migrações está na ordem do dia.

O evento decorre ao longo de três dias (6, 7 e 8 de junho) e logo no primeiro dia, pelas 19:00, a abertura oficial e a inauguração das Tendas dos Sabores vão reunir iguarias de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

A primeira noite conta com a atuação do Coro BAIXAVOZ (Portugal) às 19:30, seguindo-se a animação musical de DJ Chimuadas, às 21:00. O encerramento do dia está previsto para as 23:00.

No sábado, 7 de junho, o festival reabre às 12:30 e continua com uma programação intensa: música ao vivo com Alex Lima (Brasil) às 13:15 e a irreverente FAN-Farra Académica de Coimbra às 15:00. Às 16:00, haverá uma conversa com os escritores Jessemusse Cacinda (Moçambique), Aurelino Costa e Pedro Albuquerque (Portugal). O dia prossegue com um desfile do Grupo de Capulanas de Moçambique às 18:00, seguido de mais uma sessão literária às 19:00, com Zetho Cunha Gonçalves (Angola) e João Rasteiro (Portugal). A noite encerra com a atuação do Grupo de Danças dos Académicos Timorenses de Coimbra às 21:00 e mais um set de DJ Chimuadas às 23:00.

O último dia, domingo, 8 de junho, começa novamente às 12:30, com destaque para Alex Lima às 13:15 e Filipe Cholo e sua Banda (São Tomé e Príncipe) às 15:30. Às 16:00, o espaço literário acolhe Olinda Beja (São Tomé e Príncipe), Wagner Merije e Greta Rocha (Brasil), com a apresentação do livro “Um Jacaré em Lisboa”, de Wagner Merije. Às 18:00, sobe ao palco Hector Costa (São Tomé e Príncipe), e o encerramento fica a cargo do grupo Tribo da Dança (Portugal), às 21:00.

Mas os sabores não ficam atrás: será possível provar pratos típicos como calulu, matapa ou cachupa, entre outros manjares dos países lusófonos, servidos em 13 quiosques de madeira representativos de cada comunidade.

Com representação formal e informal de comunidades lusófonas, desde Angola a Cabo Verde, passando pelo Brasil, Moçambique e Timor-Leste, o festival é um verdadeiro “pão coletivo” feito a partir da diversidade. E, como afirmou Rui Amado, “modesto no tamanho, mas ambicioso nos conteúdos”.

João Francisco Campos sublinhou ainda importância do festival enquanto ponto de encontro das diversas comunidades lusófonas que vivem e trabalham na cidade. “São três dias em que juntamos toda a comunidade da lusofonia, pessoas que nasceram em África, no Brasil, na diáspora, e que hoje vivem em Coimbra e também os portugueses”, afirmou.

“Vamos ter sons, música, sabores com comidas muito exóticas dos vários países; e vamos ter saberes, com livros e apresentações literárias de vários autores que vêm estar aqui connosco”, explicou João Francisco Campos.

No fundo, como resume o próprio presidente, este festival permite que “quem cá está se sinta em casa” — e que quem ainda não conhece a riqueza da lusofonia, possa “descobrir um pouco do mundo sem sair de Coimbra”.




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