A 23.ª edição do festival Jazz ao Centro vai apostar na ligação com diferentes agentes culturais e em artistas que tenham relação com Coimbra, proporcionando espetáculos como o da britânica Yazz Ahmed e da portuguesa Estela Alexandre.
A iniciativa decorre entre os dias 10 e 18 de outubro, em diferentes espaços de Coimbra, com “uma fatia importante da programação” a resultar da parceria com os festivais Seixal Jazz e Outono em Jazz (da Casa da Música), afirmou hoje o presidente da Associação Jazz ao Centro Clube (JACC), José Miguel Pereira.
“Após 22 edições, prestes a entrar na 23.ª, é um desafio enorme manter um festival pertinente, com propostas frescas e permitir que o público tenha acesso ao que se faz hoje em dia no mundo do jazz”, apontou.
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Uma das soluções é a ligação “a outros polos, que também promovam essa música”, sendo o Teatro do Bairro Alto outro agente vinculado à programação.
A partir destas ligações, o público desfrutará dos concertos da trompetista Yazz Ahmed; dos músicos Luís Vicente, John Dikeman, Hamid Drake e John Edwards (em substituição de William Parker, neste espetáculo); e do trio Sakina Abdou, Marta Warelis e Toma Gouband.
Além disso, numa coprodução do JACC, da Casa da Música e do Seixal Jazz, com curadoria de Pedro Costa, um grupo de oito músicos portugueses vai ser dirigido pelo compositor neerlandês Tjin Wybenga, apresentando um trabalho original.
Está ainda prevista a apresentação de um disco da JACC Records, também numa parceria das três entidades, que une o músico português Luís Vicente a três artistas norte-americanos.
Coorganizado pelo JACC e pela Câmara Municipal de Coimbra, o festival procura igualmente “acompanhar artistas que têm ligação com a cidade”, assegurou o responsável, na conferência de apresentação do programa.
Neste sentido, destaque para a orquestra da Estela Alexandre, uma jovem de 24 anos que estará, no dia 17 de outubro, num dos palcos principais do festival, o Teatro Académico de Gil Vicente.
O primeiro dia do Jazz ao Centro será marcado pelo concerto do trio liderado pela saxofonista francesa Sakina Abdou, em conjunto com a pianista polaca Marta Warelis e o percussionista francês Toma Gouband, no Salão Brazil, e por uma ‘matinée’, na Casa das Artes Bissaya Barreto.
No dia 11, o espetáculo dos Yakuza convida à dança, no Salão Brazil, na Baixa da cidade, enquanto o Atelier Semente, situado no Seminário Maior de Coimbra, acolherá o concerto didático “Clube de Jazz para Miúdos”, com Maria Morbey e Zé Soares.
Neste mesmo dia, a Estação Nova será palco do paisagista sonoro Luís Antero e do contrabaixista convidado Miguel Calhaz, que apresentarão, gratuitamente, criações que dialogam com a memória do espaço.
Yazz Ahmed Quartet, no dia 16, no Convento São Francisco, seguido do trio Rafani, Sadigh, Shahmirzadi, com Vasco Trilla como convidado, no Salão Brazil, são outras das propostas.
O último dia do festival será destinado ao Combo CPJazz, no Atelier Semente; a Rafael Toral, no Seminário Maior; e a uma mini-residência de gravação, do guitarrista Marcelo dos Reis com o baterista luso-catalão Vasco Trilla, no Salão Brazil.
Para o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, as parcerias com outras cidades, festivais, instituições e músicos “é essencial para fazer crescer o festival”, algo que, como reconhece, tem sido feito com mestria pelo JACC.
O autarca, apontando o festival como um evento âncora, salientou o desejo de Coimbra ser uma cidade do jazz, objetivo alcançado pelo trabalho do JACC e das outras iniciativas deste género que decorrem a nível local.
Os bilhetes do festival podem ser comprados por valores entre os dois e os 14 euros, havendo ainda espetáculos gratuitos.
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