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Festival das Artes QuebraJazz em Coimbra propõe 33 momentos culturais

Notícias de Coimbra com Lusa | 10 meses atrás em 05-07-2023

A 14.ª edição Festival das Artes QuebraJazz, em Coimbra, começa no dia 15, propondo 33 momentos culturais a cargo de 235 músicos e artistas em nove espaços da cidade, num ano sem apoio da DGArtes.

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Em declarações à agência Lusa, Cláudia do Vale, diretora do festival, reconheceu que o evento esteve em perigo de se realizar este ano, face ao corte do apoio da DGArtes (55 mil euros, mais de um terço do orçamento total de cerca de 150 mil), tendo sido “salvo” pela Câmara Municipal de Coimbra, que lhe “deu a mão” e três patrocinadores que aumentaram os valores monetários.

“As coisas estão cada vez mais difíceis e, este ano, foi uma prova de fogo, um sufoco enorme. Estivemos resvés para não conseguir fazer o festival”, notou Cláudia do Vale, deixando críticas ao organismo estatal responsável pelos apoios a projetos culturais, quer pelo atraso nos concursos, pela metodologia utilizada e pela demora na comunicação dos resultados.

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“Foi um ano muito difícil porque a DGArtes nos falhou, no sentido de que atrasou os concursos, misturou dois patamares para quem concorre [os projetos sustentados e pontuais], juntou-os todos no mesmo pote”, disse a diretora do Festival das Artes Quebra Jazz.

O evento teve, este ano, a mesma pontuação do ano passado no concurso a apoios (77 pontos), mas a concorrência foi “muito mais apertada” e “muito feroz”, resultando na falta de acesso ao apoio financeiro.

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“E, sobretudo, não tivemos o apoio, que já não é pouca a má notícia, mas, pior do que tudo, é que só tivemos essa notícia em junho”, observou Cláudia do Vale, impedindo, segundo a mesma responsável, uma divulgação atempada do festival e criando constrangimentos na contratação de artistas e definição do cartaz.

“Deixam cair um festival que é único, creio eu, na região Centro, com esta dimensão e, sobretudo, não permitem uma divulgação e uma preparação em condições”, acusou.

Cláudia do Vale deixou, a esse propósito, um “apelo” ao público para que esteja presente, lembrando que o evento “há 14 anos que faz um caminho” para dar à zona de Coimbra, nos meses de verão, “alguma coisa diferente e de qualidade”.

“Temos de nos sustentar nos amigos. É como diz a canção [de Zeca Afonso] ‘vem e traz outro amigo, também”, ilustrou a diretora do festival.

Depois de dois anos de parceria pontual, o festival conseguiu, em 2021, em plena pandemia de covid-19, a “proeza de em Coimbra juntar duas casas” – a Fundação Inês de Castro, à qual a diretora pertence, e a Associação Cultura Quebra Costas, que se revezam, a cada ano, na organização – associando-se ao festival Quebra Jazz e passando a garantir um programa conjunto de música clássica e de jazz, que, em 2023, se estende até 26 de agosto.

O evento decorre, este ano, sob o tema “Manhãs dos Séculos”, precisamente o nome do concerto de abertura – dia 15, às 22:30, nas Ruínas de Conímbriga – com o contrabaixo de Carlos Bica e o piano de João Paulo Esteves da Silva.

Dia 17 o festival estreia-se no palco da Colina de Camões, o anfiteatro relvado da Quinta das Lágrimas, com um tributo ao cancioneiro alentejano, pelos irmãos Vitorino e Janita Salomé, acompanhados pela Orquestra Jazz de Estarreja.

Outros destaques do programa passam pelo espetáculo “Elas e o Jazz” – as vozes de Joana Machado, Mariana Norton e Marta Hugon, aliadas a Bruno Pedroso (bateria), Rodrigo Correia (contrabaixo) e João Pedro Coelho (piano) – no dia 19, no mesmo local e uma estreia absoluta, dia 20, também no anfiteatro Colina de Camões: um concerto intitulado “Viagem ao Círculo da Vida”, pela Orquestra Sem Fronteiras, com direção musical de Martim Sousa Tavares com peças da autoria de Delius, Honegger, Rautavaara, Max Richter e Pärt, escritas entre 1912 e 2012.

Ainda em julho, no dia 22, há uma “Viagem Literária às Estrelas” no Observatório Geofísico e Astronómico da Universidade de Coimbra e um concerto da Orquestra Metropolitana de Lisboa com o pianista catalão Josep Colom (dia 23).

No dia 24, o palco da Quinta das Lágrimas encerra com um concerto da Jovem Orquestra Portuguesa, com direção musical de Pedro Carneiro e o piano de Andrei Korobeinikov e o festival passa para as Escadas do Quebra-Costas, onde, a partir dessa data e aos fins de semana, até 26 de agosto, haverá concertos gratuitos de jazz.

Além da música e do evento literário, o Festival das Artes Quebra Jazz inclui uma programação complementar com dança, artes plásticas, cinema, gastronomia, conferências e um serviço educativo (visitas guiadas, teatro para a infância e música para bebés).

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