O festival Caminhos regressa de 15 a 22 de novembro, em Coimbra, com 63 sessões e mais de 120 filmes em exibição, na 31.ª edição de um certame que procura tomar o pulso ao cinema português.
Na seleção competitiva dedicada inteiramente ao cinema português, estarão presentes alguns filmes que passaram por grandes festivais internacionais, como a versão integral de “O Riso e a Faca”, de Pedro Pinho, “As Estações”, de Maureen Fazendeiro, “Duas Vezes João Liberada”, de Paula Tomás Marques, e “Entroncamento”, de Pedro Cabeleira, anunciou hoje a organização, em conferência de imprensa.
Nesta seleção, intitulada “Caminhos”, que terá como palco o Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), passam ainda os filmes “Pai Nosso – Os Últimos Dias de Salazar”, de José Filipe Costa, “Kora”, de Cláudia Varejão, “A Memória do Cheiro das Coisas”, de António Ferreira, e “Orlando Pantera”, de Catarina Alves Costa, entre outros.
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Na secção “Outros Olhares”, serão exibidas, entre outras obras, “Good Little Girls”, de João Botelho, “Ouro e Cinza”, de Salomé Lamas, e “Fuck the Polis”, de Rita Azevedo Gomes.
A sessão de abertura, que vai decorrer no Convento São Francisco (CSF), irá fazer um convite aos participantes para revisitar vários momentos do cinema através da gastronomia.
Já o encerramento, também no CSF, terá uma cerimónia reformulada, com um jantar volante e a atuação de uma banda, que se espera que possa criar uma “maior proximidade”, explicou o diretor do festival, Tiago Santos.
Além da exibição de filmes, o diretor de programação do festival, João Pais, recordou que o Caminhos permite também aproximar o público dos criadores de cinema português, mostrando que estes “não são grandes Papas intocáveis”.
O festival terá também extensões em Penacova, Mealhada e Lisboa, esperando, no futuro, reforçar a sua presença na região Centro, mas chegar também à Madeira e aos Açores, acrescentou Tiago Santos.
Na secção dedicada aos filmes criados em contexto académico, as sessões decorrem na Casa do Cinema de Coimbra e estarão divididas por temas, como família, arquivo, vícios, lutos ou atualidade política.
A conferência de imprensa decorreu na sala 1 do antigo cinema Avenida, abandonada há mais de 15 anos e que se espera que no futuro possa vir a ser requalificada, depois de o Caminhos, juntamente com outras duas entidades, ter reativado a sala 2, no rés-do-chão daquele centro comercial e que se espera que possa vir a ter obras de requalificação num futuro próximo.
Presente na conferência, o diretor do Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), Sílvio Santos, constatou que o festival e a Casa do Cinema de Coimbra assumem “um movimento no sentido oposto” daquele que se vê no país, com o anúncio de fecho de cada vez mais salas de cinema.
“A importância do Caminhos vai muito além do festival. O seu contributo mantém vivos estes locais de exibição e de encontro cultural, num trabalho de resistência continuada”, disse.
“É muito mais do que um festival. É um evento estratégico para Coimbra e para toda a região”, afirmou a diretora do Departamento de Cultura e Turismo da Câmara, Maria Carlos Pêgo, considerando que é preciso apostar em “estúdios de bairro” para assegurar a continuação do cinema em Portugal.
Na cerimónia, estiveram ainda presentes o vice-reitor da Universidade de Coimbra Delfim Leão e a vice-presidente da Câmara da Mealhada, Filomena Pinheiro.
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