A Casa do Cinema de Coimbra (CCC) celebra o seu quarto aniversário na segunda-feira, dia 12 de maio. A data será assinalada com um brinde aberto ao público, às 21:00, num momento informal de encontro com a equipa e os seus convidados. Ainda em comemoração, de 8 a 14 de maio, todas as sessões terão bilhetes a um preço especial de 3,5 €.
Os últimos quatro anos de atividade do local provam uma transformação extraordinária no panorama cultural português. O resultado de um trabalho de sete meses foi muito além da inauguração de uma simples sala de exibição. Num país onde a exibição cinematográfica tem sido progressivamente monopolizada por grandes cadeias comerciais e concentrada nas áreas metropolitanas, criou-se um espaço cultural que desafia as tendências dominantes de centralização e homogeneização da cultura.
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“Esta jornada começou mal se confirmou que tínhamos a possibilidade de adquirir um projector digital de cinema (DCP) — um requisito técnico fundamental para produzir o nosso festival — e que materializando-se a sua aquisição nos permitiu considerar a ocupação do espaço que hoje é conhecido como Casa do Cinema de Coimbra. Sem essa perspetiva técnica, e os apoios extraordinários à cultura de 2020 e 2021, o projeto teria permanecido apenas uma ideia”, relembra Tiago Santos, coordenação da CCC.
“Talvez o aspeto mais revolucionário do nosso projeto tenha sido a demonstração prática de que existe público para o cinema português quando este é devidamente valorizado e programado”, continua. Os números são irrefutáveis: em 2023, mais de metade dos espectadores da sala escolheram filmes portugueses, quando a média nacional de exibição rondava os 2,68%. Esta realidade desafia frontalmente o discurso que afirma que o público português não gosta de cinema português — um argumento frequentemente utilizado para justificar a falta de espaço dado à produção nacional nas salas comerciais.
Dando continuidade a um marco fundamental do percurso da iniciativa, as salas de cinema das Galerias Avenida foram recentemente classificadas como imóveis de interesse municipal, com aprovação por unanimidade em reunião de Câmara. “Este reconhecimento não é apenas simbólico — representa a validação institucional da importância histórica, cultural e social destes espaços para a cidade. A aprovação unânime demonstra o reconhecimento transversal do valor deste património e do trabalho que temos desenvolvido, protegendo não só a memória coletiva associada a estas salas, mas também assegurando a sua continuidade futura como espaços culturais vivos”, comemora Tiago Santos.
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