A Feira do Livro de Coimbra realiza-se no final de junho, contando com a presença, entre outros escritores, de Inês Pedrosa, Tatiana Salem Levy e Djaimilia Pereira de Almeida, num evento para transformar a Baixa numa “aldeia literária”.
Na sua quarta edição, que tem como epicentro a Praça do Comércio, a Feira do Livro de Coimbra volta a estender-se ao Largo do Romal e Largo do Poço, entre 20 e 29 de junho, numa ideia de transformar progressivamente a baixinha da cidade numa “aldeia literária”, com apresentações de livros, conversas, conferências, concertos e eventos para os mais novos.
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No Auditório Luís de Camões, na Praça do Comércio, parte da curadoria do espaço é assumida por Pilar del Río, presidente da Fundação José Saramago, que desafiou quatro escritores a refletir sobre “a sua Coimbra”, que sonhos tiveram com aquela cidade ou que representação é que têm dela, explicou a antiga jornalista, na conferência de imprensa do evento.
Para isso, convidou Inês Pedrosa, que nasceu em Coimbra mas que “não viveu muito em Coimbra” e que entende que deveria ser celebrada na cidade, a brasileira Tatiana Salem Levy, a escritora Djaimilia Pereira de Almeida, “jovem, negra e que trata o idioma com uma beleza extraordinária”, e o escritor e cantor cabo-verdiano Mário Lúcio, disse Pilar del Rio.
“Este ano comemoramos os 50 anos da independência de determinados países que falam português e sinto que, como Coimbra é a metrópole por excelência, a universidade por excelência, seria bom ter pessoas de outros continentes que viessem falar da sua Coimbra”, afirmou Pilar del Río.
Pelo Auditório Luís de Camões, que terá também curadoria da professora Ana Paula Arnaut e da Associação Portugal Brasil 200 Anos, irão passar igualmente nomes como Lídia Jorge, José Gardeazabal, Patrícia Portela, José Luís Peixoto, Frederico Lourenço, Anabela Mota Ribeiro e Germano Almeida, entre outros, numa feira que conta com a presença de 44 editoras e livreiros.
Já no Palco Carlos Paredes, haverá concertos “ligados intimamente à palavra e à poesia”, onde atuarão nomes como Luca Argel, Lula Pena, B Fachada e Maze, afirmou o chefe de Divisão da Cultura da Câmara de Coimbra, Rafael Nascimento, referindo que por lá também irão passar músicos da cidade como Filipe Furtado ou os Animais.
“Queremos trazer a palavra, o livro, o pensamento intelectual, mas sobretudo a humanidade”, disse, salientando que, tal como nas edições passadas, há “um grande envolvimento comunitário”.
Sinal disso mesmo é associação Apura, que continua a programar o Largo do Poço, em parceria com o Jazz ao Centro Clube, num espaço focado no trabalho desenvolvido pelos agentes culturais da cidade e numa programação que promove “o diálogo entre diferentes expressões artísticas”, disse Maria Cunha, daquela entidade.
Segundo a responsável, naquele espaço, que contribui para “uma feira mais representativa e com uma pluralidade de vozes”, será possível encontrar projetos emergentes, edições literárias locais, assim como uma Feira do Disco, no Salão Brazil, nos dois fins de semana do festival.
Já no Largo do Romal, depois de um “esboço” em 2024, a organização optou por desafiar a Fnac, que assegura a sua programação, com cinco ‘stands’, zona de restauração, cadeiras e ‘puffs’.
Segundo João Cunha, da Fnac, também haverá filmes infantojuvenis, hora do conto todos os dias, alguns concertos e lugar para jogos de tabuleiro.
De acordo com o presidente da Câmara Municipal, José Manuel Silva, a cultura é “elemento nuclear do desenvolvimento de Coimbra e do concelho”.
O autarca deu também nota do crescimento do investimento feito pelo município no evento, que passou de 130 mil euros, em 2023, para 240 mil euros, em 2025.
“E queremos que continue a crescer no futuro”, disse, assumindo ainda o objetivo de a Feira do Livro expandir-se, nos próximos anos, para outros espaços da Baixa.
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