Primeira Página

Feira do Livro celebra 100 anos do Mestre da Guitarra de Coimbra

Notícias de Coimbra | 4 horas atrás em 16-06-2025

A 46ª edição da Feira do Livro assinala os 100 anos do nascimento do guitarrista Carlos Paredes, no palco junto às Escadas de Santiago, que adota o seu nome e acolhe apresentações de álbuns, concertos e performances poéticas, todos os dias do evento, às 21:30.

PUBLICIDADE

publicidade

Entre os destaques estão Poetry Ensemble, Lula Pena, Ana Deus, Luca Argel, Mário Lúcio, A Secreta Vida das Palavras com Rita RedShoes, Luís Severo, Maze e Sir Scracth, Filipe Furtado Trio, B Fachada + Duques do Precariado, entre muitas outras propostas artísticas.

PUBLICIDADE

No ano em que se assinala o centenário do nascimento de Carlos Paredes – expoente máximo da guitarra de Coimbra e uma figura única na história da guitarra em Portugal – a edição de 2025 da Feira do Livro dedica-lhe a merecida homenagem com a nomeação do maior palco do evento, na Praça do Comércio. O Palco Carlos Paredes, instalado junto às Escadas de Santiago, dá voz a músicos reconhecidos do panorama artístico, bem como a projetos emergentes e locais.

A programação deste dispositivo arranca com o concerto “Animais Revisitam Paredes”, no dia de abertura da Feira do Livro (20 de junho). Com raízes no espetáculo “Mondego Chase” (2003), baseado em alguns dos mais emblemáticos temas de Carlos Paredes (elogiado pelo próprio), no final de 2018, a LuxRecords editou o álbum “15 anos sem Paredes”, o primeiro disco do coletivo, rebatizado como ANIMAIS, distinguido pela Câmara Municipal de Coimbra com o Prémio Edmundo Bettencourt em 2020. Em palco vão estar os músicos Raquel Ralha (Belle Chase Hotel, WrayGunn, Mancines, Raquel Ralha & Pedro Renato), Ricardo Dias (Quinteto de Coimbra, Na Cor do Avesso), Pedro Renato (Belle Chase Hotel, Azembla’s Quartet, John Mercy & Pedro Renato), Luís Pedro Madeira (Belle Chase Hotel, WrayGunn, Pensão Flor), Miguel Falcão (M’as Foice), Ricardo Brito (The Parkinsons, Victor Torpedo & The Pop Kids) e Miguel Cordeiro (Victor Torpedo & The Pop Kids, Tanto Mar).

No segundo dia do evento (21 de junho), Poetry Ensemble (projeto satélite dos Lisbon Poetry Orchestra de José Anjos) apresenta “No País dos Sacanas”, que conta com a participação especial de Patrícia Relvas e Xana. Neste espetáculo são interpretados e musicados poemas de escritores que escreveram – e escrevem – durante e contra a opressão e a hipocrisia social e humana, num manifesto sobre o nosso tempo.

B Fachada, compositor, multi-instrumentista e produtor, junta-se aos Duques do Precariado (Pedro Mendonça e o João Fragoso), subindo a palco no dia seguinte (22 de junho) para apresentar um concerto conjunto, resultado de uma residência artística promovida pela produtora conimbricense Blue House.

A iniciar a semana (23 de junho), Mário Lúcio apresenta “Independance – Voz e Violão”. 50 anos após a independência de Cabo Verde e das outras ex-colónias portuguesas, Mário Lúcio lança o seu sétimo trabalho, “Independance”, que celebra este grande momento de mudança na África lusófona.

No dia seguinte (24 de junho), o concerto “Como se matam Primaveras” dá a conhecer o novo álbum de Filipe Furtado Trio, uma formação composta por Filipe Furtado (músico açoriano radicado em Coimbra desde 2010), Paulo Silva (bateria) e Filipe Fidalgo (saxofone, voz e eletrónica), que parte da canção para explorar territórios de improvisação, influências jazzísticas e sonoridades contemporâneas.

A programação artística da Feira do Livro continua a aposta numa oferta cultural pautada por performances em formatos menos convencionais, fomentando a democratização da cultura. Assim, no dia 25 de junho, o Palco Carlos Paredes acolhe “Navio dos Loucos”, um espetáculo de música e de poesia em torno de poemas de Cláudia R. Sampaio, José Anjos e Herberto Helder, entre outros, ditos por Cláudia R. Sampaio e José Anjos, com composição e interpretação musical de João Morais (O Gajo) na viola campaniça, Carlos Barretto no contrabaixo e José Anjos na percussão. Ao longo do espetáculo vão ser projetadas imagens a partir da pintura de Cláudia R. Sampaio.

No dia 26 de junho, Lula Pena cruza línguas latinas e os seus perfumes, sotaques, inquietações e esperanças, num convite a uma viagem pelos temas que compõem o álbum “Archivo Pittoresco”. Com letras e poemas da sua própria pena, e partindo das obras de escritores como Manos Hadjidakis, Violeta Parra, Belga Scutenaire, passando por música recontextualizada de populares anónimos e outros menos celebrados, até aos compositores da banda-sonora original da Twilight Zone, o espetáculo aborda a canção popular global, radicada numa expressão artística singular que entretece tradições de música, som e poesia.

Já no dia 27 de junho, Ana Deus (cantora portuguesa e integrante de projetos relevantes do panorama nacional, como Três Tristes Tigres, Rádio Macau ou Dead Combo) e Luca Argel (cantor, compositor e escritor luso-brasileiro) encontram-se e desafiam-se para musicar a poesia de Fernando Pessoa, no concerto “Canções para beber com Pessoa”, o segundo álbum da dupla. Em formato intimista (duas vozes e uma guitarra), a dupla de artistas regressa aos palcos com mais um lote de canções, em que as palavras de Fernando Pessoa ganham vida.

No último fim de semana da Feira do Livro, destaque para Luca Argel e a Banda de Guerrilha (dia 28), um espetáculo que imerge no universo das sonoridades afro-brasileiras eletrificadas, num espetáculo que convida o público a dançar e refletir.

E no último dia da Feira do Livro (dia 29), o Palco Carlos Paredes encerra com “A Secreta Vida das Palavras”, recebendo em palco Sir Scratch & Maze, Luís Severo e Rita Redshoes, levando o público a explorar fotografias e poemas, apresentando temas inéditos, por intermédio de um espetáculo multimédia.
 
Recorde-se que a Feira do Livro decorre diariamente, das 11:00 às 23:00, de 20 a 29 de junho. É organizada pela Câmara Municipal de Coimbra, em parceria com a Apura Associação Cultural e o Jazz ao Centro Clube, com apoio da FNAC, da Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, da Associação Portugal-Brasil 200 anos e da Rádio Universidade de Coimbra, e com a colaboração de diversas associações locais.

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE