Crimes

Fazia passar-se por advogada para burlar idosos. Dupla já foi detida

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 ano atrás em 09-02-2023

Um casal foi detido pela Polícia Judiciária por fortes indícios da prática de vários crimes de burla qualificada e usurpação de funções nas comarcas de Fronteira (Portalegre), Lisboa, Vila Franca de Xira e Sintra, foi hoje anunciado.

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Em comunicado, a Polícia Judiciária (PJ) explicou que o casal de burlões, a mulher com 55 anos e o homem com 60, foi detido pela Unidade Local de Investigação Criminal (ULIC) de Évora.

Fontes policiais contactadas pela agência Lusa revelaram que os suspeitos, detidos na terça-feira, foram presentes a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Fronteira, na quarta-feira.

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Ambos saíram em liberdade, tendo o tribunal determinado como medidas de coação apresentações bissemanais no posto policial da área de residência e proibição de contactos com as vítimas, acrescentaram as fontes.

De acordo com o comunicado da PJ, as vítimas que já foram identificadas neste caso “são pessoas com alguma vulnerabilidade, idosas e imigrantes em situação precária [em Portugal], as quais foram lesadas em milhares de euros”.

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“Os atos delituosos ocorreram nos últimos dois anos”, disse a PJ, indicando que “os suspeitos, usando a identidade de uma advogada e aproveitando [uma] relação de confiança com as vítimas, lhes ofereciam alegados préstimos jurídicos”.

Estes supostos préstimos serviam “para elaborar contratos de arrendamento, contratos com as operadoras de telecomunicações, pedidos de legalização de estrangeiros e outros”, pode ler-se no comunicado da Judiciária, que afirmou ainda que os suspeitos cobravam aos burlados “os respetivos honorários, sem nada resolver”.

Segundo uma das fontes policiais contactada pela Lusa, a investigação iniciou-se com “várias queixas de idosos de Sousel, no distrito de Portalegre, que foram acreditando nas mentiras compulsivas contadas pela senhora, de que era advogada e, como ela lhes pedia ajuda, emprestavam dinheiro ao casal”.

Os atos delituosos terão sido praticados, pelo menos daquilo que as autoridades têm conhecimento, “entre finais de 2020 ou inícios de 2021 e até à atualidade”, disse a outra fonte contactada pela Lusa.

“As investigações foram decorrendo e permitiram descobrir quem eram os dois indivíduos e que já usavam este ‘modus operandi’ há vários anos, sendo a maioria das queixas na zona de Lisboa”, afirmou.

Cerca de “10 queixas estão identificadas”, mas a PJ acredita que o número de lesados é muito maior, sobretudo entre trabalhadores migrantes que, “por não estarem coletados nas finanças, preferem nem apresentar queixa”, referiram as fontes.

O valor das burlas já apuradas “ronda os 50 mil euros”, acrescentaram.

Além das situações com os idosos em Sousel, de onde é oriundo o homem suspeito, a mulher, que alegadamente se apropriou da identidade de uma advogada, “arrendava casas em Lisboa, Sintra e Vila Franca de Xira, deixava de as pagar e colocava lá imigrantes”, oriundos sobretudo de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), especificou fonte policial.

“Cobrava dinheiro a estes trabalhadores, alguns dos quais colocados em casa sobrelotadas, e vivia disso. Fazia contratos e usava contas dos inquilinos e dos senhorios para fazer outros contratos com operadoras de telecomunicações e outras empresas”, acrescentaram as fontes.

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