Educação

Fato que simula o envelhecimento e caneta médica inovadora nascem em Coimbra

Notícias de Coimbra | 1 hora atrás em 31-12-2025

Um chamar-se-á “SENESUIT: Fato de Simulação Biomecânica e Neurofisiológica do Envelhecimento Senescente” e será uma ferramenta de simulação avançada concebida para reproduzir, de forma controlada e progressiva, o declínio das funções corporais associado ao avançar da idade do ser humano.

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O outro, denominado “Pen2Scan”, pretende ser um equipamento portátil dirigido a pessoas com diabetes e alterações da coagulação, que lhes permitirá fazer a punção, a colheita de sangue e a avaliação imediata dos valores de glicemia e de coagulação sanguínea.

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Ambas as inovações foram, recentemente, premiadas, na 2.ª edição do Concurso de Projetos de Ignição e Provas de Conceito da Escola Superior de Enfermagem da Universidade de Coimbra (ESEUC), integrado no projeto de transferência de conhecimento e tecnologia para o setor empresarial, INOVC+.

Relativamente ao projeto “SENESUIT”, e «ao contrário dos fatos de simulação atualmente existentes, que recorrem sobretudo a pesos e restrições mecânicas estáticas», o projeto apresentado ao concurso, por cinco docentes e investigadores da ESEUC – Alberto Barata, Isabel Gil, Paulo Costa (promotor principal), Maria de Lurdes Almeida (atualmente aposentada, mas uma das principais impulsionadoras da ideia) e Pedro Parreira –, «foi desenhado para permitir modulação graduável e mensurável de limitações a nível funcional, aproximando-se de padrões fisiológicos reais do envelhecimento».

Segundo explica, ainda, Paulo Costa, «pretende-se que o sistema integre componentes pneumáticos de rigidez variável, sensores e módulos de estimulação neuromuscular, todos coordenados por software próprio, o que possibilita simular diferentes níveis e perfis de declínio funcional de forma reprodutível».

O docente da ESEUC, da Unidade Científico-Pedagógica de Enfermagem do Idoso, espera «que o “SENESUIT” ajude o utilizador a compreender como a acumulação gradual de alterações biomecânicas e neuromusculares condiciona a mobilidade, a segurança e a autonomia da pessoa mais velha».

Destinado, em primeiro lugar, à formação de estudantes e profissionais da área da saúde e da área social (como Enfermagem, Medicina, Terapia Ocupacional e Gerontologia), o futuro fato de simulação do envelhecimento «poderá, também, ser utilizado em programas de capacitação de cuidadores informais e de profissionais que trabalham diariamente com pessoas mais velhas», refere Paulo Costa.

O professor da ESEUC esclarece que «o objetivo é reforçar competências de avaliação funcional, gestão do risco, prevenção de quedas e adaptação dos cuidados às limitações reais associadas à longevidade».

O prémio atribuído ao dispositivo “SENESUIT”, no âmbito do projeto INOVC+, consiste num apoio financeiro de perto de 3 200 euros, para utilizar, até julho de 2026, «exclusivamente para o desenvolvimento de um protótipo semifuncional».

Trata-se de um investimento que ajudará o projeto a «evoluir do estado conceptual para uma primeira demonstração funcional controlada, constituindo um passo essencial para validação técnica e desenvolvimento futuro», conclui o professor Paulo Costa.

Quanto ao “Pen2Scan”, este projeto de dispositivo médico em forma de caneta, apresentado ao concurso por três recém-licenciadas em Enfermagem – Ana Monteiro, Núria Mena e Salomé Galvão – e pela bolseira de investigação Inês Almeida, destina-se não só a doentes, como também a instituições de
saúde, tendo por finalidade facilitar o dia a dia das pessoas que necessitam de recorrer àqueles procedimentos, reduzindo a dor a eles associada.

Caneta terá «inscrições em braille, garantindo acessibilidade a utilizadores invisuais» Segundo explica Ana Monteiro, «a tecnologia de vácuo incorporada» neste dispositivo multifunções «reduz a dor, assegura a quantidade adequada de sangue e diminui erros e repetições do procedimento».

A caneta inovadora incluirá «inscrições em braille, garantindo acessibilidade a utilizadores invisuais», prossegue a enfermeira licenciada pela ESEUC, ao afirmar que «o funcionamento [do dispositivo] é
simples».

O equipamento será «complementado por uma aplicação móvel que regista automaticamente os resultados, histórico clínico, data e hora, utiliza códigos de cor para interpretação dos valores e permite o contacto com profissionais de saúde», revela a promotora do projeto, Ana Monteiro.

O prémio atribuído ao dispositivo “Pen2Scan”, no âmbito do projeto INOVC+, consiste num apoio financeiro de cerca de 2 800 euros, para utilizar, até julho de 2026, e que «tem como objetivo principal promover a evolução do nível de maturidade tecnológica (TRL), que atualmente corresponde ao nível 2, através da implementação de um plano experimental estruturado, do desenvolvimento de um protótipo funcional, da realização de testes preliminares, dos ajustes técnicos decorrentes desses ensaios e da respetiva validação experimental», enumera Ana Monteiro.

Projeto considerado estratégico para a região Centro, o INOVC+, em cuja 4.ª edição a ESEUC está a participar, visa implementar e consolidar um “Ecossistema de Inovação para a Transferência de Conhecimento e Tecnologia” para o setor empresarial.

O que se pretende, através de um trabalho em rede liderado pela Universidade de Coimbra e que envolve 23 entidades parceiras, é reforçar a valorização do conhecimento resultante da investigação, desenvolvimento e inovação, transferindo-o para a economia regional.

Esta 4.ª edição do INOVC+, que vai ser implementada ao longo de dois anos e meio, beneficia de um investimento de 4,1 milhões de euros, cofinanciados a 85% pelo Centro 2030, Portugal 2030 e pela União Europeia.

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