Famílias poupam 300 000 em manuais escolares graças à Book in Loop

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 04-06-2017

300 mil euros foi o montante que as famílias pouparam em manuais escolares, em 2016, com a Book in Loop. Para 2017, a startup fundada por João Bernardo Parreira, Manuel Barata de Tovar e José Pedro Moura pretende aumentar o valor através da criação de uma aplicação móvel e de novas parcerias.

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O Notícias de Coimbra deslocou-se ao Instituto Pedro Nunes, onde a Book in Loop está incubada, para visitar um dia de trabalho da equipa.

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O crescimento da empresa, impulsionado pelo investimento de capital de risco do Fundo Bem Comum, motivou a criação de novos postos de trabalho.

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João Bernardo Parreira explica como foi a evolução da projeto, desde a ideia, até à sua concretização.

Como surgiu a Book in Loop?

A empresa nasceu de forma a colmatar uma lacuna do mercado português: um sistema de reutilização de manuais escolares capaz de garantir qualidade, sem prejudicar o conforto e a eficiência.

Compreendemos que o sistema atual de reutilização é extremamente precário, obrigando a maioria das famílias a comprar manuais novos ano após ano, com encargos superiores a 200 euros,para serem apenas usados durante um ano de escolaridade.

Desta forma percebemos a necessidade de criar um sistema organizado que permitisse a todas as famílias a venda dos manuais escolares, em condições de reutilização, assim como a sua compra. Qualquer utilizador da Book in Loop pode proceder à compra e venda dos livros durante o período estipulado para o efeito.

Que balanço fazem das operações do ano passado? Os resultados foram os esperados?

2016 foi o ano em que provámos o conceito da Book in Loop. Durante o período em que estivemos no ativo registaram-se, para compra e venda de manuais escolares, 19 mil utilizadores e, no total, foram recolhidos 30 mil livros.

No primeiro ano de atuação, a Book in Loop permitiu que as famílias portuguesas poupassem 300 mil euros. Estes são valores positivos para uma prova de conceito, o que nos faz acreditar que é um modelo de negócio viável.

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A Book in Loop tem vindo a crescer desde o início das operações, em 2016. O aumento do volume de negócios vai obrigar a um aumento a nível de recursos humanos na empresa?

No início, a Book in Loop era apenas composta por mim, pelo Manel e pelo Zé Pedro. No entanto, o crescimento rápido fez com que urgisse a necessidade de um maior número de pessoal qualificado para acompanhar o processo de compra e venda de manuais escolares, de forma a facilitar o uso do ‘site’, pelos utilizadores.

Assim, entre junho e setembro, os meses com maior volume de trabalho, a equipa vai ser constituída por 24 pessoas, no total. É este o número necessário para que seja possível acompanhar o ritmo de crescimento da empresa.

A equipa vai ter um caráter multidisciplinar. Desta forma, a aposta em diferentes áreas do saber como a gestão e marketing, comercial, tecnologias de informação e comunicação, logística, editorial e didática, vai permitir a retenção de talento local, em parceria com a Universidade de Coimbra (UC), com o intuito da profissionalização de estudantes e diplomados.

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Coimbra é um local propício para a criação de uma ‘startup’? Consideram que existem incentivos a nível do empreendedorismo jovem na cidade?

Por um lado, Coimbra apresenta uma centralidade notável no contexto nacional. A proximidade à UC, por mais que possa parecer um lugar-comum, não deixa de ser um recurso importantíssimo, na medida em que é uma fonte inesgotável, diria, e ainda parcamente aproveitada, de profissionais altamente qualificados e preparados.

Por outro lado, instituições como o Instituto Pedro Nunes (IPN), a nossa incubadora desde o momento zero, têm já muita experiência no lançamento e acompanhamento de startups de elevado potencial. Convém não nos esquecermos que o IPN foi uma das primeiras organizações deste género a nível nacional. Vejamos casos de sucesso como a Feedzai ou a ISA.

O que pensam do ecossistema da área da inovação em Coimbra?

Todas as organizações passam, em primeiro lugar, pelas pessoas. Sem estas, nunca nada se fez. E, em Coimbra, temos empreendedores extraordinários. Por isso, hoje, assistimos a um esforço coletivo dos empreendedores de Coimbra em tornar o ecossistema mais dinâmico e ativo.

Este esforço tem-se refletido e a qualidade e dinâmica da ‘startupscene’ tem sido crescente. No entanto, isso não basta. Se Coimbra não adotar políticas amigas do investimento – o que passa por facilitar e não subsidiar –, este crescimento está condenado e seremos ultrapassados por outras cidades, da dimensão da nossa, mais cedo ou mais tarde.

As condições que temos para nos posicionar a nível nacional, como um ‘hub’ tecnológico e empresarial de referência, são irrefutáveis. Resta saber se os poderes públicos conseguem acompanhar o esforço que tem sido feito pela comunidade.

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Há novidades para 2017?

Para 2017, apresentamos o programa ‘Spin’, em conjunto com as autarquias de Santarém, Guarda, Castelo Branco, Figueira da Foz, Famalicão, Fundão, Gouveia, Mação, Pinhel, Sertã, Vagos e a freguesia da Estrela, em Lisboa. O projeto pretende dotar os cidadãos de ferramentas digitais, com vista a partilha de recursos didáticos. O ‘Spin’ enquadra-se na estratégia de afirmação de municípios como Smart Cities.

Estamos também em fase de testes de uma aplicação móvel, que surge no sentido de melhorar a experiência de uso da plataforma de compra e venda, da Book in Loop, para os utilizadores. Por exemplo, com esta ‘app’, o cliente vai conseguir saber, no momento, se os manuais que pretende entregar ainda vão ser adotados no ano seguinte, bastando apontar a câmara do telemóvel para o código de barras do manual.

Outra das novidades passa pela entrega dos manuais escolares, ao balcão ou ao domicílio, com a disponibilização de apoio, presencial e remoto, de técnicos com formação especializada.

Objectivos para este ano?

Para este ano pretendemos alargar a nossa base de utilizadores, passando dos 19 mil conquistados em 2016, para 100 mil. Com o aumento do número de beneficiários da nossa plataforma, queremos fazer da Book in Loop uma solução ‘mainstream’ para a compra e venda de manuais escolares para as famílias portuguesas.

Quais os investidores e de que forma impactam o plano de expansão?

A Book in Loop levantou investimento de capital de risco do Fundo Bem Comum, participado pela Caixa Geral de Depósitos, pelo Banco Santander Totta, Novo Banco, Montepio Geral e Grupo José de Mello. O fundo é gerido pela ACEGE – Associação Cristã de Empresários e Gestores, em parceria com a sociedade de advogados Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados e a consultora KPMG.

É este investimento que vai permitir o financiamento da empresa nos próximos anos, que passa pela criação de novos postos de trabalho, o desenvolvimento da aplicação móvel referida anteriormente, bem como o lançamento de um produto para o mercado universitário.

O que planeiam fazer no próximo ano letivo?

A nossa prioridade, que queremos atingir até setembro do presente ano, é consolidar a posição no mercado pré-universitário através de uma melhoria nos serviços prestados aos clientes.

Para 2018 temos prevista a expansão para o mercado universitário, com o lançamento de uma solução de reutilização de materiais didáticos desenhada à medida das necessidades do estudante universitário.

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