Justiça

Família arrisca prisão perpétua: Envenenaram e afogaram Marco Santos na Figueira da Foz

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 44 minutos atrás em 17-11-2025

Imagem: DR

O Ministério Público do Luxemburgo pediu prisão perpétua para três emigrantes portugueses julgados naquele país, suspeitos de terem participado numa alegada conspiração familiar que culminou na morte de Marco Santos, também ele português residente no grão-ducado.

O caso, que tem causado forte impacto na comunidade lusófona, remonta ao verão de 2021.

Marco Santos mantinha desde 2016 uma relação com Rosa Dias, com quem vivia em Bascharage, no cantão de Capellem, juntamente com a filha mais nova da mulher, adotada pela vítima.

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De acordo com a acusação, Rosa, a mãe — Maria Clara —, o companheiro desta — João, que alegadamente manteria uma relação secreta com a enteada —, e ainda o filho mais velho de Rosa, Marco António, terão arquitetado um plano para matar Marco, acreditando que poderiam dividir entre si o valor de um seguro de vida que julgavam existir em nome da vítima. Esse seguro, porém, tinha sido cancelado meses antes, não havendo qualquer montante a reclamar.

Em agosto de 2021, o grupo deslocou-se à Figueira da Foz, de onde Rosa é natural. Na noite de 4 de agosto, o MP sustenta que Rosa, Maria Clara e João deram a Marco um licor misturado com pesticida e comprimidos para dormir. Nesse mesmo serão, Rosa terá proposto casamento ao companheiro — um desejo antigo de Marco —, que adormeceu sem suspeitar de nada.

Já inconsciente, o homem terá sido colocado numa viatura e atirado às águas do Rio Mondego, onde acabaria por morrer afogado, segundo a autópsia. O corpo foi encontrado horas mais tarde.

Após a morte, os suspeitos mantiveram a rotina habitual. Rosa terá levantado 7 mil euros com os cartões bancários da vítima e, segundo a investigação, o grupo publicou mensagens na conta de Facebook de Marco, simulando uma separação e uma alegada relação antiga. A irmã da vítima, emigrada no Luxemburgo, recebeu ainda mensagens do telemóvel de Marco, nas quais este dizia sofrer de uma doença grave — comunicações que a levaram a desconfiar e a apresentar queixa pelo desaparecimento.

O MP luxemburguês abriu um inquérito a 7 de setembro de 2021, que ficou a cargo da Polícia Judiciária do Luxemburgo, em colaboração com as autoridades portuguesas. A 9 de março de 2022, Rosa (47 anos), Maria Clara (66) e João (56) foram detidos e permanecem em prisão preventiva desde então, acusados de associação criminosa, homicídio, envenenamento premeditado e roubo — crimes pelos quais arriscam a pena máxima prevista no país: prisão perpétua, pode ler-se no Correio da Manhã.

O filho de Rosa, Marco António, de 27 anos, aguarda o desfecho do julgamento em liberdade, sob supervisão judicial. É acusado de integração na alegada conspiração, mas não de participação direta no homicídio. Para ele, os procuradores pedem uma pena mais leve.

No julgamento, têm sido apresentadas mensagens trocadas entre Rosa e a mãe que, segundo o MP, indiciam a intenção de eliminar Marco. Em audiência, a irmã da vítima referiu-se aos arguidos como “monstros”, enquanto o juiz destacou a “frieza” do plano descrito pela acusação.

Dias após o crime, Rosa dirigiu-se a uma seguradora no Luxemburgo para reclamar um suposto seguro de vida de 500 mil euros, alegadamente em nome de Marco. Foi informada de que o contrato tinha sido cancelado e de que, além disso, não teria direito a qualquer compensação por não ser casada com a vítima.

O julgamento prossegue no Luxemburgo, onde viviam todos os arguidos e onde a queixa foi inicialmente apresentada.

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