O julgamento de Julia Wandelt, de 24 anos, que afirmou ser Madeleine McCann, a menina britânica desaparecida na Praia da Luz, Algarve, em 2007, começou esta segunda-feira, 6 de outubro, em Leicester, no Reino Unido.
A jovem polaca responde em tribunal por perseguição e assédio aos pais de Maddie, Kate e Gerry McCann.
Durante a sessão desta quarta-feira, dia 8, o casal prestou depoimento protegido, atrás de uma tela azul, para preservar a sua privacidade. O testemunho, descrito pela BBC e pela Sky News, emocionou o tribunal.
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“O nível de stress e ansiedade que isto me causou aumentou com o tempo”, relatou Kate McCann, acrescentando que só se sentiu “realmente mais tranquila” após a detenção de Julia Wandelt, em fevereiro deste ano.
Segundo os McCann, a polaca começou a contactá-los há cerca de três anos, através de e-mails, chamadas anónimas e mensagens, alegando ser a filha desaparecida. A situação evoluiu para o que o casal descreve como uma “perseguição constante”.
Kate revelou que chegou a ponderar realizar um teste de ADN, mas desistiu ao constatar que Julia “era claramente polaca”.
“Não sei como é que Madeleine é neste momento, mas se visse uma foto dela, reconheceria a minha filha”, afirmou a mãe de Maddie.
O pai, Gerry McCann, relatou que o assédio se tornou “implacável e insuportável”, com episódios de visitas não autorizadas à casa da família, acompanhada por Karen Spragg, também acusada no processo.
Numa dessas ocasiões, em dezembro do ano passado, Julia e Karen terão batido à porta da habitação “durante 10 a 15 minutos”, mesmo depois de o casal lhes ter pedido para se retirarem, deixando Kate “assustada e abalada”.
A situação agravou-se quando Julia contactou Amelie McCann, irmã gémea de Madeleine — o episódio que levou os pais a chamarem a polícia.
Durante o julgamento, a ré reagiu com emoção às acusações. De acordo com o Mirror, Julia chorou e gritou em tribunal: “Por que é que vocês estão a fazer isto comigo?”, sendo posteriormente retirada da sala pelos agentes de segurança.
O julgamento, que decorre no Tribunal de Leicester, prossegue esta quinta-feira, 9 de outubro, com a audição dos irmãos de Madeleine, Sean e Amelie McCann.
Madeleine McCann desapareceu em maio de 2007, aos três anos, enquanto dormia num apartamento turístico na Praia da Luz, no Algarve, tornando-se um dos casos de desaparecimento infantil mais mediáticos do mundo.
Em 2023, o alemão Christian Brückner foi formalmente constituído arguido pelo Ministério Público português, mas nunca chegou a ser acusado, por falta de provas conclusivas. O caso permanece sem desfecho.
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