Economia

Falhas de fornecimento e cibersegurança são maiores preocupações das empresas

Notícias de Coimbra | 2 anos atrás em 27-04-2022

As falhas na cadeia de fornecimento, cibersegurança e instabilidade política ou social são os riscos que mais preocupam as empresas portuguesas este ano, segundo um estudo da consultora Marsh Portugal hoje divulgado.

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De acordo com o estudo ‘A Visão das Empresas Portuguesas sobre os Riscos 2022’ – que pretende “fazer uma ponte” com o ‘Global Risks Report 2022’, desenvolvido pelo Fórum Económico Mundial –, o risco de falha na cadeia de fornecimento surge na primeira posição entre os riscos que as empresas admitem enfrentar este ano, com 58%, quando em 2021 ocupava a nona posição (com 16%) e há cinco anos o 21.º lugar, com apenas 8%.

Seguem-se os ataques cibernéticos (53%), que figuraram no topo da lista durante os últimos quatro anos, a instabilidade política ou social (com 45%), a pandemia (que estava em segundo lugar e está agora em quarto, com 36%) e a retenção de talentos (34%).

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Já relativamente aos principais riscos que o mundo poderá vir a enfrentar este ano, a falha de medidas de cibersegurança lidera, com 51%, sendo seguida pela pandemia/propagação rápida de doenças infecciosas, com 48%. Apesar de terem trocado de posições, estes já eram os riscos que ocupavam as duas primeiras posições em 2021.

O risco de choques nos preços dos produtos (‘commodities’) surge na terceira posição, com 47%, seguido da inflação, com 45%, mantendo-se os eventos climáticos extremos no grupo dos principais riscos, este ano em quinto lugar, com 40%.

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“Em relação ao estudo de 2021, no ‘top’ cinco das preocupações das empresas deixaram de estar os riscos de crises fiscais e financeiras em economias chave, elevado desemprego ou subemprego estrutural, sendo que ambos tiveram uma queda elevada para a 22.ª e 20.ª posição”, nota a Marsh.

Citado num comunicado, o especialista em risco da Marsh Portugal considera “fundamental que exista uma mobilização urgente para uma ação climática e para uma transição energética”: “As organizações têm de ponderar um maior número de cenários de risco, considerando até os mais imprevisíveis”, afirma Fernando Chaves.

Relativamente à forma como é feita a gestão de riscos nas empresas, 44% das empresas portuguesas afirma dar suficiente importância à gestão de riscos, enquanto 42% considera dar elevada importância.

Em contrapartida, o número de respondentes que diz que é dada pouca importância à gestão de riscos nas suas empresas aumentou de 9% em 2021 para 14%, voltando a valores semelhantes ao período pré-pandemia.

Quanto ao orçamento disponível para esta área, 37% dos inquiridos diz que o valor aumentou em 2022, 48% afirma que o valor estabilizou, 14% refere não saber qual o valor orçamentado para esta área e 1% diz que este valor diminuiu.

A este propósito, a Marsh destaca que “as lições aprendidas nos momentos de crise são um catalisador de experiência e de foco na gestão do risco, nomeadamente para as organizações que resistem e até encontram uma fonte de oportunidades”.

“A crise que vivemos, às portas de uma Quarta Revolução Industrial, dão ainda maior relevo à competitividade entre empresas, dando razão à conhecida frase de que não é o mais forte que sobrevive, mas o que melhor se adapta às mudanças. Urge, por isso, apostar cada vez mais em equipas profissionais e multifacetadas de gestão de riscos”, sustenta.

O estudo analisou ainda o efeito da pandemia de covid-19 nas empresas portuguesas, tendo apurado que, no último ano, aumentou de 16% para 25% o número de empresas que afirma não ter sido impactada.

“Destaca-se que 41% dos respondentes sofreram impactos negativos a nível operacional, comparando com 31% no ano anterior, já os impactos negativos financeiros tiveram uma melhoria de 36% em 2021 para 20% este ano. Quanto às áreas mais afetadas pela pandemia, as empresas portuguesas identificaram a de ‘operações’ com 41%, a de ‘recursos humanos’ com 36% e a de ‘logística’ com 35%”, precisa.

Quanto ao impacto da crise pandémica na implementação de políticas ambientais, verifica-se que, “apesar da alteração de posição dos riscos ambientais no ‘ranking’ deste ano, com alguma perda de destaque face a outros riscos de mais curto prazo”, 55% das empresas portuguesas afirmou ter aumentado a importância dada ao tema ambiental, em comparação com 47% em 2021.

Na oitava edição do estudo nacional ‘A Visão das Empresas Portuguesas sobre os Riscos’ da Marsh participaram, durante dezembro de 2021 e janeiro de 2022, 115 representantes de um leque diferenciado de organizações, pertencentes a diversos setores de atividade, de diferentes dimensões (tanto em volume de faturação como em número de colaboradores) e cotadas ou não em bolsa.

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