A Câmara Municipal de Coimbra terá patente ao público, na Galeria Almedina (espaço contíguo ao Museu Municipal de Coimbra – Edifício Chiado), entre 20 de agosto e 4 de outubro, a exposição de pintura intitulada “E nem depois de mais um dia… [Quarantine collection]”, de autoria de Maria João Damas.
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A exposição, que representa o momento em que vivemos, no país e no mundo, fruto da situação pandémica por COVID-19, é assim vista pela sua autora:
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Os momentos surgem agora lentos e sem moderação escoltados por uma luta interna e inconstante num combate único entre o desespero e o contágio do medo ou o medo do contágio que, sendo também emocional, às vezes, mais do que físico, nos corrói de forma agressiva e porventura desmedida. Encarar agora a realidade é como irromper de uma fantasia. Ela é ainda excessivamente devastadora para a podermos tolerar.
E é nesta luta entre o algo invisível e o potencialmente ameaçador que nos vemos privados de muito. Do toque, dos afetos e da distância que outrora pudesse até eventualmente existir. Essa distância surge agora como outra. Mais severa porque imposta e desorganizadora.
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|Não te posso tocar…|
Depois surge a máscara. A que não nos protege da invasão das emoções. Apenas consente que se respire de forma abafada e controlada. Ofegante e sufocada.
|Não consigo respirar…|
Entre as representações que vão surgindo e a criatividade que às vezes se vai diluindo entre o desespero, a raiva e a tristeza, surge o processo que se ergue através de imagens desconexas que depois são catapultadas do meu interior para a pintura. E no processo de libertação interessa somente que o olhar dos outros, quando alcancem estes trabalhos, sejam sentidos da mesma forma. Sem confinamento, privação ou ameaça…olhar para as obras é pedir que sintam nelas tamanha liberdade.”
Maria João Damas nasceu em Coimbra, em 1971. É artista plástica, autodidata, licenciada em Serviço Social pelo Instituto Superior Miguel Torga, com pós-graduação em Economia Social pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.
Por via das experiências vividas foi captando olhares na vida suspensa de outros. Essa perspetiva, sobre a vida de tantos, provocou no seu ser um desassossego que viria a ser orientado para a prática artística de Pintura e Instalação. Em 2018 decidiu dar a conhecer o seu trabalho e, desde então, tem participado em diferentes exposições.
A Galeria Sete (Coimbra, dezembro de 2018) acolheu as suas primeiras obras, na exposição coletiva de pintura “Arte de Bolso”. Seguiu-se “Instalação Ser: the Unseen”, exposição individual que esteve patente no Café Santa Cruz (Coimbra, fevereiro de 2019) e na Biblioteca Municipal Miguel Torga (Miranda do Corvo, abril de 2019). Em dezembro do ano transato, volta a expor na coletiva “Arte de Bolso”, na Galeria Sete. Apresentou a sua última exposição individual no Centro Cultural Penedo da Saudade, com a Instalação “Mal me quer, bem me quer, muito, pouco ou nada” (Coimbra, janeiro de 2020).
Maria João Damas exporá individualmente na Casa das Artes da Câmara Municipal de Miranda Corvo, no próximo mês de setembro, com uma exposição na área da Instalação. No mês seguinte, voltará ao Centro Cultural Penedo da Saudade com obras de pintura. O ano de 2020 reserva, ainda, à artista plástica autodidata, uma exposição/Instalação na Câmara Municipal de Espinho.
A exposição estará patente até ao dia 4 de outubro de 2020, de terça a sexta-feira, das 10h00 às 18h00, ao sábado e domingo, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00. Encerra à segunda-feira e feriados.
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