Saúde

Existem quatro subtipos de autismo

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 2 horas atrás em 11-08-2025

Um estudo inovador conduzido por investigadores da Universidade de Princeton e da Fundação Simons revelou a existência de quatro subtipos distintos do transtorno do espectro autista (TEA), cada um com características comportamentais e genéticas próprias.

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A descoberta pode mudar a forma como se compreende e trata o autismo, uma condição marcada pela enorme diversidade de sintomas e manifestações.

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O estudo analisou dados comportamentais e genéticos de mais de 5.000 crianças com TEA, utilizando métodos estatísticos avançados para identificar padrões distintos no desenvolvimento. Os investigadores identificaram quatro grupos principais:

  1. Desafios Sociais e Comportamentais (37% dos casos) — crianças que atingem marcos de desenvolvimento dentro do prazo, mas com dificuldades sociais e comportamentos repetitivos, frequentemente associadas a condições como TDAH, ansiedade e depressão.
  2. TEA Misto com Atraso no Desenvolvimento (19%) — crianças com atrasos precoces no desenvolvimento da fala e da marcha, sem comportamentos disruptivos, apresentando uma mistura de mutações genéticas herdadas e novas.
  3. Desafios Moderados (34%) — crianças com traços menos marcantes de autismo, sem atrasos significativos, e menores taxas de comorbidades psiquiátricas.
  4. Amplamente Afetado (10%) — crianças com desafios severos em múltiplas áreas, incluindo atrasos no desenvolvimento, dificuldades sociais e comportamentais, e alta carga de mutações genéticas de grande impacto.

O estudo revelou ainda que a atividade dos genes varia conforme o subtipo: nos grupos com atrasos mais precoces, os genes mutados atuam sobretudo durante o desenvolvimento pré-natal, enquanto no grupo com desafios sociais, a atividade genética é mais pronunciada após o nascimento.

Estas descobertas, publicadas na revista Nature Genetics, oferecem uma nova perspetiva para o diagnóstico e tratamento do autismo, permitindo uma abordagem mais personalizada no futuro. No entanto, os autores alertam que é necessário expandir os estudos a populações mais diversificadas para aprofundar a compreensão destes subtipos.

Para as famílias e profissionais, esta subtipificação pode ser uma ferramenta valiosa para compreender melhor os diferentes percursos dentro do espectro do autismo e para desenvolver intervenções mais eficazes.

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