Saúde

“Eu não tenho tempo”: Paciente espera por medicamento que pode salvar-lhe a vida

Notícias de Coimbra | 2 horas atrás em 19-12-2025

Imagem: SIC reprodução

Maria João, diagnosticada com cancro do estômago, aguarda há dois meses acesso ao fármaco que pode prolongar a sua vida, mas encontra-se num impasse devido à burocracia do Infarmed.

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Maria João, uma mulher de 47 anos, enfrenta uma batalha contra o cancro do estômago desde o ano passado. Após uma série de tratamentos de quimioterapia, o seu estado de saúde agravou-se devido à descoberta de metástases em vários órgãos, incluindo os pulmões, vesícula biliar, ovários e parede abdominal.

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O tratamento que pode mudar a sua vida é o zolbetuximab, um medicamento recentemente aprovado em países como o Reino Unido e os Estados Unidos. No entanto, apesar de a médica que acompanha Maria João ter solicitado a administração do fármaco, o Infarmed rejeitou o pedido feito pelo Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Segundo a resposta da autoridade nacional, o medicamento ainda está em processo de negociação com a farmacêutica responsável e não existe um plano de financiamento definido.

Maria João, desesperada, expressa a urgência da sua situação: “Eu não tenho tempo. Cada dia que passa sem o medicamento é menos um dia para viver. Só a possibilidade de tentar este tratamento me dá alguma esperança”, disse à SIC Notícias.

A paciente, que já fez vários testes genéticos, viu que o zolbetuximab apresentou uma compatibilidade significativa com o seu caso. Apesar disso, o Infarmed recusou o acesso ao tratamento, alegando que não reunia as condições clínicas necessárias e que o fármaco não estava ainda aprovado para uso generalizado em Portugal. Além disso, a autoridade justifica que não há um acordo de financiamento entre a empresa farmacêutica e o Infarmed, o que impede a distribuição do medicamento no país.

A doença de Maria João é agressiva e, sem o tratamento, o prognóstico é de apenas seis meses de vida. Com a recusa do Infarmed, ela vê as suas opções cada vez mais limitadas.

“Se eu não tentar, não saberei nunca se o medicamento poderia me ajudar”, sublinha, com esperança de que as autoridades revelem uma solução mais rápida para o seu caso.

Este caso levanta preocupações sobre o acesso a tratamentos inovadores e sobre o impacto que a burocracia pode ter na vida de doentes que não podem esperar mais. Para Maria João, o tempo é um recurso escasso e, sem uma resposta rápida das autoridades, o seu futuro continua a ser incerto.

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