Os adultos que receberam pelo menos uma dose da vacina contra a COVID-19 apresentam um menor risco de morte por todas as causas, de acordo com um novo estudo realizado em França.
A investigação indica que as vacinas de mRNA não só não aumentam os riscos a longo prazo, como estão associadas a uma redução da mortalidade ao longo de quatro anos desde o pico da vacinação, em 2021.
O estudo analisou dados de cerca de 28 milhões de adultos franceses com idades entre os 18 e os 59 anos. Os resultados mostram que os indivíduos vacinados tiveram um risco 74% inferior de morrer por COVID-19 grave e um risco 25% menor de mortalidade por todas as causas, em comparação com os não vacinados.
Segundo os investigadores, a redução da mortalidade deve-se sobretudo à forte proteção contra a doença grave, tornando muito menos provável que os adultos vacinados morram devido à infeção. O estudo sugere ainda que a diminuição de complicações associadas à COVID-19 prolongada pode contribuir para a redução global das mortes.
A investigação foi conduzida pelo Epi-Phare, um grupo científico supervisionado pela Agência Nacional Francesa para a Segurança dos Medicamentos e Produtos de Saúde (ANSM) e pelo Fundo Nacional de Seguro de Saúde francês. A equipa conclui que uma ligação causal entre a vacinação com mRNA e um eventual excesso de mortalidade a longo prazo é agora considerada altamente improvável.
Utilizando dados do Sistema Nacional de Dados de Saúde francês, o estudo acompanhou 22,7 milhões de pessoas vacinadas entre maio e outubro de 2021 e 5,9 milhões de indivíduos não vacinados a partir de novembro de 2021, durante um período médio de 45 meses. Trata-se do maior estudo realizado até à data sobre a segurança a longo prazo das vacinas de mRNA contra a COVID-19 na população adulta.
Durante os quatro anos de acompanhamento, registaram-se 98.429 mortes (0,4%) entre os vacinados e 32.662 mortes (0,6%) entre os não vacinados. Os autores não identificaram qualquer aumento de mortes por cancro, doenças cardiovasculares, acidentes ou outras causas relevantes entre os vacinados; em todas as categorias analisadas, as taxas de mortalidade foram iguais ou inferiores às dos não vacinados.
Os investigadores alertam, no entanto, que os resultados não se aplicam diretamente a pessoas com mais de 59 anos, grupo etário que apresenta maior risco de complicações associadas à COVID-19, pode ler-se na EuroNews.
Na União Europeia, mais de 976 milhões de doses da vacina contra a COVID-19 tinham sido administradas até fevereiro de 2023, segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), com campanhas de reforço a continuarem desde então.
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