Educação
Estudo da Escola de Enfermagem de Coimbra revela que consulta pré-operatória de enfermagem diminui ansiedade

Um estudo da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) revelou que a existência de uma consulta de enfermagem no período pré-operatório reduz a ansiedade dos utentes intervencionados e aumenta o respetivo nível de conhecimento.
A investigação de doutoramento, de autoria do professor da ESEnfC Marco António Rodrigues Gonçalves, demonstrou que a consulta, além da diminuição da ansiedade, possibilita às pessoas que vão ser submetidas a cirurgia um aumento de conhecimentos, promovendo uma participação mais ativa e informada no processo de cuidados.
“De acordo com uma intervenção realizada num grande hospital da região Centro do país, onde foi implementada a consulta pré-operatória de enfermagem, o nível de ansiedade junto de uma amostra de 37 utentes que se encontravam no ‘período pré-operatório de uma cirurgia geral programada’ diminuiu de uma média de 37,76 pontos (na escala de avaliação utilizada), antes da consulta, para uma média de 30,92 pontos após a consulta”, indicou hoje a ESEnfC, num comunicado enviado à agência Lusa.
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Segundo o professor, “no momento do internamento, os níveis de ansiedade voltaram a subir ligeiramente, atingindo uma média de 34,47 pontos”, um número ainda assim “abaixo do nível avaliado no primeiro momento, antes da consulta”.
Por outro lado, quanto ao nível de informação pré-operatória percebida pelos utentes, medido através de um instrumento de avaliação para o efeito, foi verificado “um aumento estatisticamente significativo”, com a média a subir de 10,84 pontos (antes da consulta) para 33,74 pontos (após a consulta e, passados alguns dias, no momento do internamento).
O autor do estudo explicou que a intervenção realizada consistiu numa consulta de enfermagem presencial, na semana anterior ao internamento para cirurgia, e em outra através de chamada telefónica, na véspera da admissão.
“Quer após a consulta, quer no momento do internamento, os utentes mostraram-se efetivamente mais calmos e, consequentemente, mais envolvidos no processo de preparação para a cirurgia”, havendo ainda contributo ao nível dos conhecimentos dos utentes, vincou Marco António Rodrigues Gonçalves.
O estudo ajudou também a “clarificar a intervenção do enfermeiro perante a população e outros profissionais de saúde, sublinhando a sua intervenção autónoma e fundamental na melhoria da prestação de cuidados de saúde e nas experiências cirúrgicas das pessoas”.
“O modelo de consulta pré-operatória de enfermagem, agora validado, contribui também para a otimização dos recursos, a redução dos custos e a melhoria da eficiência dos serviços de saúde”, apontou o docente.
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