A Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM) manifestou hoje preocupação com as persistentes barreiras que enfrentam as pessoas com deficiência no acesso aos cuidados de saúde, alertando ser necessário renovar e adaptar o edificado público e privado.
Em comunicado, a ANEM apela a uma ação urgente para eliminar barreiras físicas, comunicacionais e institucionais que dificultam o acesso ao SNS, lembrando tratar-se de um imperativo ético e legal para assegurar a autonomia, dignidade e igualdade de tratamento das pessoas com deficiência.
PUBLICIDADE
Os estudantes referem ainda dados do sistema de indicadores de políticas de inclusão (SIPI) do Iscte — Instituto Universitário de Lisboa que mostram que dois terços das pessoas com deficiência consideram o SNS incapaz de responder às suas necessidades, principalmente devido a falta de formação dos profissionais, escassez de cuidados especializados e dificuldades no acesso a serviços.
Quase metade dos inquiridos no estudo disse já ter sofrido discriminação, através de tratamento desigual, paternalismo, infantilização ou ausência de informação adequada.
Face a esta realidade, a ANEM pede uma intervenção do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado da Ação Social e da Inclusão, e a colaboração dos municípios para renovar e adaptar o edificado aberto ao público, com rampas, elevadores e outros apoios à mobilidade.
A formação contínua dos profissionais de saúde para promover práticas não discriminatórias é outra das medidas que os estudantes destacam, assim como uma comunicação clínica inclusiva e o cumprimento e monitorização da Estratégia Nacional para a Inclusão das Pessoas com Deficiência e da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.
PUBLICIDADE