A Associação Académica de Coimbra (AAC) vai apresentar aos partidos que concorrem às eleições autárquicas de outubro uma moção reivindicando a criação de um cartão municipal da cultura e o aumento da oferta social na habitação.
O documento estratégico hoje apresentado, que será dado a conhecer a todos os partidos políticos candidatos às eleições de 12 de outubro, com exceção do Chega, apresenta propostas que refletem “não só necessidades da cidade de Coimbra e de estruturas que a AAC representa, mas também das temáticas estudantis”, revelou o presidente da AAC, Carlos Magalhães.
Uma das medidas equacionadas na habitação diz respeito ao aumento da oferta do programa de Apoio Social a Estudantes através de atividades a tempo parcial, “de modo que os estudantes consigam ter uma maior oferta a nível de ação social e complemento às suas necessidades”.
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“Dois terços do salário mínimo a nível nacional é quase insuficiente para frequentar o ensino superior”, vincou Carlos Magalhães, ao longo da sua intervenção na conferência de imprensa.
Em resposta aos jornalistas, o presidente da AAC esclareceu que “Coimbra tem cerca de 4,6% de camas disponíveis por parte das residências, mas 70% a 80% dos estudantes são deslocados, por isso tem de haver uma maior oferta”.
A moção debruça-se ainda na questão da cultura, com o intuito criar um orçamento participativo e de incentivar este campo, bem como formular um cartão municipal da cultura, tendo em vista “dinamizar e representar dignamente” a cultura local e académica.
O anúncio decorre num momento em que a Câmara de Coimbra vota, em reunião agendada para hoje, uma proposta para a criação de um bilhete único, com um custo de 22 euros, que vai permitir a visita a espaços da Universidade de Coimbra, Portugal dos Pequenitos e os vários núcleos do Museu Municipal.
Carlos Magalhães, entretanto, confirmou que a proposta da AAC pretende ser mais abrangente, destinada a comunidade estudantil, mas também a toda a cidade, de maneira a promover a cultura coimbrã.
Segundo a moção estratégica, consultada pela agência Lusa, o cartão aspira “proporcionar a entrada gratuita ou descontos diretos em museus, teatros e concertos, além de acesso a bibliotecas municipais”, independente da condição financeira do utilizador.
A otimização dos transportes urbanos, de modo a servir alunos universitários, mas também a população no geral, um reforço do Conselho Municipal da Juventude e o incentivo e dinamização do desporto, são outras das propostas da associação.
Na mesma conferência de imprensa de hoje, o vice-presidente com a pasta da política, José Machado, informou que, ao contrário do que estava a ser feito há “muito tempo”, este ano a AAC focou no local, em vez do nacional, em consonância com as próximas eleições autárquicas.
Daí o nome do documento ser “Um guia para Coimbra”, não de “pontos turísticos, mas sim um guia para todos os atores político-partidários, que contribuem diariamente para a construção de uma nova cidade”.
Na ocasião, Carlos Magalhães recordou que, a propósito de uma decisão tomada em Assembleia Magna, em 2022, a entidade não irá reunir-se com o partido Chega.
O presidente adiantou também que será igualmente apresentado um caderno para as eleições autárquicas da Figueira da Foz, no distrito de Coimbra, local que possui o seu próprio campus e associados da AAC.
“Iremos reunir com todos os partidos que nos queiram ouvir e que sejam candidatos às câmaras de Coimbra e da Figueira da Foz”, exceto o Chega, disse.
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