Coimbra

Estudantes de Coimbra assinalam centenário da “Tomada da Bastilha” com mural, carimbo e selo

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 25-11-2020

A Associação Académica de Coimbra (AAC) assinalou hoje o centenário da “Tomada da Bastilha” com o lançamento de um carimbo e um selo comemorativos, e com a inauguração de um mural alusivo à efeméride.

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“Há 100 anos, colegas nossos lutaram pelas gerações futuras e foi de facto um momento histórico. Se hoje temos a felicidade de ter um edifício e conseguimos crescer diariamente, muito se deve ao trabalho dos nossos antigos colegas”, frisou o presidente da AAC, Daniel Azenha, em conferência de imprensa.

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Na madrugada de 25 de novembro de 1920, 40 estudantes da Universidade de Coimbra ocuparam o Colégio de São Paulo Eremita, onde estava instalado o “clube dos lentes”, para servir de sede à Associação Académica, numa ação batizada de “Tomada da Bastilha”, em homenagem à Revolução Francesa.

Para o atual presidente da AAC, que está em final de mandato, tratou-se de “um momento histórico, contra o próprio regime, que condicionou o desenvolvimento” da estrutura estudantil.

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“Esta comemoração reflete também aquilo que queremos ver no futuro. Hoje são muitas as lutas da AAC, não só na política educativa, mas também pela igualdade, e, hoje, felizmente, podemos dizer que todos os estudantes podem praticar desporto, ter acesso a cultura ou fazer ouvir a sua voz”, sublinhou.

Segundo o líder estudantil, “o legado deixado há 100 anos está a ser comemorado e respeitado”.

“A AAC será sempre uma casa da liberdade e da democracia. Hoje celebramos também em prol do futuro”, frisou Daniel Azenha.

Presente na conferência de imprensa para assinalar a efeméride, o presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado, salientou que é importante as entidades da cidade “solidariamente celebrarem acontecimentos marcantes da cidade e da vida coletiva” do país.

Segundo o autarca, a “Tomada da Bastilha” de 1920, “porque depois houve outras, é uma marca notável, desde logo porque se estava em plena pandemia da pneumónica, tempo difícil que se associa um século depois a realidades que, não sendo iguais, são também de pandemia e confinamento”.

Salientando que a AAC esteve 33 anos sem local para trabalhar, o reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão, realçou que a “coragem e a estratégia” dos estudantes da época correspondeu a um “momento único, em que a associação acabou por ter sede”.

“Naquele tempo, a reitoria não estava disponível e não foi sensível em tempo útil a reivindicações dos estudantes para satisfazer as suas necessidades, mas, felizmente, os tempos evoluíram e, apesar dos tempos difíceis, tem sido possível com a AAC ter um relacionamento perfeitamente impecável, bem como a Câmara e com a cidade”, sublinhou.

De acordo com o reitor, os problemas devem-se evitar “através do diálogo, da compreensão e dos pontos de vista que não têm de ser sempre convergentes”, salientando que a irreverência estudantil “deve manter-se”.

Na sessão, participou ainda o antigo médico cardiologista e professor universitário jubilado Polybio Serra e Silva, de 92 anos, em representação dos antigos estudantes.

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